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Meio Ambiente

Chuva ajuda, mas nível dos rios de MS só deve começar a melhorar em outubro

Cotas registradas no mês de setembro vêm ficando mais baixas desde 2019

Por Cassia Modena | 23/09/2025 10:58
Chuva ajuda, mas nível dos rios de MS só deve começar a melhorar em outubro
Rio Paraguai, em Corumbá: curso d'água tem processo de recuperação mais lento (Foto: Divulgação/Governo de MS)

Na semana passada, quando o Governo de Mato Grosso do Sul decidiu prorrogar o período de emergência ambiental no Estado, tendo como uma das justificativas a previsão irregular de chuvas nos próximos meses, cinco estações de monitoramento de rios apresentavam cotas em nível de estiagem. Além disso, todos os mananciais tinham médias móveis abaixo do normal em relação à média histórica de setembro.

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As chuvas recentes em Mato Grosso do Sul trouxeram leve melhora nos níveis dos rios Pardo e Dourados, mas a maioria dos mananciais permanece em estado de estiagem. Segundo o Imasul, a recuperação significativa dos rios menores deve começar apenas em outubro, com o início da estação chuvosa. O Rio Paraguai, de maior volume, terá um processo mais lento, dependendo de chuvas regulares e constantes nos próximos meses. Desde 2019, as cotas dos rios estão abaixo da média histórica para setembro, refletindo a redução das chuvas e o impacto no regime hidrológico. A situação, embora menos crítica que em 2024, ainda exige atenção para garantir a recuperação plena das bacias.

Após chover em municípios sul-mato-grossenses entre domingo (21) e segunda-feira (22), o boletim do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) que traz as cotas dos rios verificadas entre as 7h desta terça-feira (23) e as 7h do dia anterior não mostrou alterações significativas, apenas uma pequena melhora de um dia para o outro nos níveis do Rio Pardo e do Rio Dourados. Ainda assim, ambos continuam na linha de estiagem junto aos rios monitorados pelas estações Miranda (Rio Miranda), Aquidauana (Rio Aquidauana) e Pousada Taiamã (Rio Piquiri/Rio Cuiabá (MS e MT). A cota também aumentou pouco na estação Estrada MT-738 (Rio Aquidauana/Rio Miranda), que já estava em situação normal.

Além disso, as médias móveis do mês nas estações de Porto Esperança e São Francisco (do Rio Paraguai) e a de São José do Piquiri (do Rio Piquiri) voltaram à faixa esperada, de acordo com o boletim mais recente.

Segundo a avaliação do Imasul, que considerou o cenário anterior às chuvas, observado até 17 de setembro (última quarta-feira), a situação até então já era mais favorável em comparação a 2024. "O período anterior foi marcado por recordes históricos de menores cotas, com destaque para o Rio Paraguai, que somente saiu do nível de estiagem em meados de dezembro, após registrar a menor cota da série histórica no mês de outubro", analisou em nota.

Recuperação no próximo mês - A previsão do órgão de meio ambiente é que, em 2025, a situação dos rios menores comece a melhorar em outubro. O mês de setembro marca o fim do período seco em Mato Grosso do Sul.

"Com a proximidade da estação chuvosa, espera-se que os rios de menor porte comecem a se elevar a partir de outubro. Ressalta-se, contudo, que a variabilidade pluviométrica pode antecipar ou retardar esse processo, com chuvas mais intensas iniciando ora no fim de setembro, ora apenas no fim de outubro ou no começo de novembro", continua.

O processo mais demorado será o do Rio Paraguai. "Por ser o de maior volume monitorado pelo Imasul, costuma apresentar recuperação mais lenta. Sua dinâmica faz com que a elevação das cotas ocorra de forma gradual, assim como a redução durante o período seco", descreve o Imasul.

Para que 2026 apresente uma situação mais favorável, as chuvas precisam ser regulares e constantes nos próximos meses, acrescenta o instituto.

Desde 2019 - O histórico do monitoramento do Imasul revela que as cotas andam mais baixas para o mês de setembro de 2019 para cá. O gráfico dos pontos de Ladário e Porto Murtinho, no Rio Paraguai, mostra a tendência:

Chuva ajuda, mas nível dos rios de MS só deve começar a melhorar em outubro
Marcações nas estações de Ladário e Porto Murtinho (Gráfico: Imasul)

“Embora este ano a situação esteja menos crítica que em 2024, ainda precisamos de atenção, pois a recuperação depende de chuvas regulares e do equilíbrio do regime hidrológico”, aponta o técnico da sala de situação do Imasul, Leandro Neri Bortoluzzi.

Ainda segundo o instituto, o fenômeno observado desde 2019 está "diretamente ligado à redução das chuvas nos últimos anos, que compromete a recuperação plena das bacias e a recarga subterrânea, essencial para alimentar os rios em períodos de estiagem".

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