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Meio Ambiente

Com navegação em risco, Estado pedirá dragagem do Rio Paraguai

Secretário de Meio Ambiente vai apresentar documento solicitando intervenção em três pontos críticos

Adriel Mattos e Gabriela Couto | 03/08/2021 12:17
Seca é cíclica, mas 2021 pode interromper navegação dois meses antes do previsto. (Foto: Toninho Ruiz/Arquivo)
Seca é cíclica, mas 2021 pode interromper navegação dois meses antes do previsto. (Foto: Toninho Ruiz/Arquivo)

Enfrentando uma seca histórica, o Rio Paraguai pode ter a navegação suspensa até o fim de agosto, na avaliação de Jaime Verruck, titular da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar). A declaração foi dada ao Campo Grande News, nesta terça-feira (3).

“Acredito que até o final de agosto, a gente não opera mais. Temos o monitoramento pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e vemos uma redução pela falta de chuvas. Só está navegando ainda porque a Vale usa um sistema de barcaça”, explicou.

Verruck ressaltou que a Argentina já decretou crise hídrica na bacia do Rio Paraná, devido à seca. Ainda conforme o secretário, o ciclo deste ano é incomum, já que a estiagem só interromperia a navegação em outubro.

Para tentar contornar o problema, o Governo do Estado vai pedir ao Ministério de Infraestrutura a dragagem em três pontos considerados críticos do rio. O ministro Tarcísio de Freitas estará em Campo Grande na próxima semana para a inauguração da reforma do aeroporto da Capital.

“Estamos apresentando um documento pedindo que se faça a dragagem em três pontos críticos, identificados pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), e que consiga o licenciamento, já que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) não libera”, finalizou Verruck.

Entenda - Desde o dia 23 do mês passado, o Rio Paraguai vem registrando níveis negativos, que só aumentam com o decorrer da estiagem que atinge a região pantaneira, conforme os dados da Marinha do Brasil, que mantém o monitoramento em vários pontos do rio. A medida negativa ocorre em solo sul-mato-grossense, no Forte Coimbra.

Ali, nessa segunda-feira (2), o Centro de Hidrologia e Navegação do Oeste apontou o menor nível desde 23 de janeiro, quando a marca era de -23 centímetros e se recuperava de uma forte estiagem, que chegou a marca de um metro e 45 centímetros abaixo de zero, em outubro. Hoje, a marca de -26 centímetros foi alcançada no local.

No mesmo ponto, em 2 de agosto do ano passado, a marca era de 36 centímetros - ou seja, 59 centímetros a mais. Os registros feitos pela Marinha nos últimos cinco anos mostram uma queda acentuada. Nessa mesma data, em 2016, o registrado no Forte Coimbra era de 3,05 metros, contra 3,84 metros, em 2017 e 4,32 metros, em 2018.

Contudo, de 2019 em diante, o número passou a cair. Neste ano, a Marinha mediu o nível do Rio Paraguai em 2,98 metros na régua do Forte Coimbra, no dia 2 de agosto. Já se comparado a outras datas, os 23 centímetros negativos é a menor marca atingida no mês.

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