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Meio Ambiente

Depois das capivaras, macacos invadem ruas e dão show em bairro

Viviane Oliveira | 29/07/2014 16:25
Macaco-prego virou atração no local. (Foto: Marcos Ermínio)
Macaco-prego virou atração no local. (Foto: Marcos Ermínio)

Basta chegar com qualquer tipo de fruta, esperar um pouco, e a cena se repete: dezenas de macacos-pregos e saguis pulando de galho em galho. Os primatas, que vivem em uma área verde no prolongamento da rua Vitor Meireles, no bairro Itamaracá, em Campo Grande, chamam a atenção de quem vive por ali ou passa a caminho do trabalho. Extremamente inteligentes e ativos, os mamíferos dão show de simpatia, no entanto, os moradores estão preocupados com a urbanização que avança sobre a vegetação e, por consequência, acabam “expulsando” os mamíferos para a rua movimentada e repetem um movimento iniciado pelas capivaras.

O fluxo de veículo na via é intenso e no local não há nenhuma placa de sinalização indicando que vivem animais silvestres na região. Eles, atravessam de um lado para o outro, por causa da mata, e correm o risco o tempo todo. A empresária Lorena Pereira, 27 anos, por pouco não presenciou o atropelamento de uma família inteira de macacos, que atravessam a rua. “Minha queixa é a falta de sinalização. Eles viraram atração aqui. No fim de semana essa via fica lotada de gente que vem só para ver os bichos”, diz.

Antes de ser aberta uma avenida no local, só havia mato e Lorena nunca havia visto um macaco tão de pertinho. Assim como a dona de casa, Lurdes Nicola, 52 anos. Ela mora no bairro Universitário e todos os dias faz questão de caminhar na ciclovia que fica as margens da mata. “Nós somos privilegiados em morar em um local tão belo como esse”, comemora. A dona de casa, que estava acompanhada do sobrinho, Victor, 14 anos, conta que ficou apaixonada quando viu, de pertinho, os bichinhos.

Na beirada da mata foi colocado um cocho, onde as pessoas colocam comida, pratica que os biólogos não aprovam. Volta e meia alguém chega com um banana, maça, até folhas verdes para chamar atenção dos macacos. Tem outros, como o eletricista Domingos Lima, 59 anos, que vão apenas para conversar com os bichos. “A natureza é bela, fico feliz de passar todos os dias por aqui e ver esses animais. Me preocupo, apenas, com a questão do trânsito e com alguém maldoso”, destaca.

Eles são mansos e até fazem pose. (Foto: Marcos Ermínio)
Eles são mansos e até fazem pose. (Foto: Marcos Ermínio)
Macacos são vistos com frequência pelos moradores da região. (Foto: Marcos Ermínio)
Macacos são vistos com frequência pelos moradores da região. (Foto: Marcos Ermínio)

Há dois anos morando na região, Daniele Félix Martins, 33 anos, cuida de uma área verde onde fica a associação dos Fiscais de Renda. Ela não precisa nem sair de casa para se encontrar com os bichos, que volta e meia, atacam pés de bananas que ficam no quintal. “Eles vinham muito aqui, agora deu uma parada porque o pessoal montou até um cocho para alimentá-los”. Daniele conta ainda que os macacos procuram comida nas sacolas de lixo e tomam até coca-cola.

Hábito que faz mal- Os bichos dão show e é uma graça vê-los comendo, porém a prática dos animais serem alimentados pelo homem preocupa ambientalistas e pode ser caracterizado como crime ambiental. O major da PMA (Polícia Militar Ambiental) Ednilson Queiroz explica que os animais, da natureza, comem o que existe na mata. A partir do momento que são alimentados, eles começam a sair do local para ir buscar alimento fora.

Outra coisa que preocupa, também, é o crescimento populacional, já verificado com as capivaras, gambás e outros animais em Campo Grande. Isso causa desequilíbrio na natureza e interfere no equilíbrio de outras especies.”Eles não precisam ser alimentado, pois há comida no habitat deles”, afirma o major.

A reportagem entrou em contato com a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) para saber sobre a sinalização na região e não houve resposta até o fechamento do texto.

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