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Meio Ambiente

Fogo no Pantanal aprisiona gado e provoca debandada de jacarés

Incêndios florestais já consumiram cerca de 130 mil hectares

Jones Mário | 06/11/2019 11:29
Gado aprisionado pelos chamas que se alastram pela região pantaneira (Foto: Angelo Rabelo/IHP)
Gado aprisionado pelos chamas que se alastram pela região pantaneira (Foto: Angelo Rabelo/IHP)

Os incêndios florestais no Pantanal já acumulam 1.316 focos detectados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) nos últimos sete dias. Enquanto se alastra, o fogo faz vítimas entre os animais que vivem na região, dos bichos livres ao gado de corte.

As imagens que ilustram as consequências das queimadas chocam. Bois, teiús e cobras mortos por fogo e fumaça. Em outro registro, o gado cercado pelas chamas procura pelo melhor refúgio contra o calor.

Diretor do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), Angelo Rabelo flagrou nesta terça (5) o drama de uma jacaré e seus filhotes numa debandada para escapar dos incêndios. Escoltados pela mãe, os pequenos atravessam a BR-262, em área próxima das margens do Rio Paraguai.

“Nesta época o fogo acelera e torna precoce a fecundação dos jacarés. Há um grande número de acasalamentos”, constatou Rabelo.

O diretor do IHP defende estratégias de prevenção para evitar uma nova catástrofe ambiental causada pelos incêndios florestais, que já consumiram cerca de 130 mil hectares do Pantanal, área superior ao município do Rio de Janeiro (RJ).

“É preciso uma política que dê conforto e segurança ao proprietário para que possa manejar o fogo. Isso sempre foi feito, mas por falta de conforto jurídico se deixou de fazer. Por isso esse volume absurdo de matéria orgânica se acumulou”, disse.

“Defendo o implemento de brigadas particulares, principalmente nas grandes propriedades, como temos na região da Serra do Amolar. O grande debate, ao invés de discutir a origem do fogo, é como se preparar para evitá-lo”, continuou.

Boi não resistiu às queimadas em Corumbá e região (Foto: Reprodução/Facebook)
Boi não resistiu às queimadas em Corumbá e região (Foto: Reprodução/Facebook)
Teiús também são vítimas dos incêndios no Pantanal sul-mato-grossense (Foto: Reprodução/Facebook)
Teiús também são vítimas dos incêndios no Pantanal sul-mato-grossense (Foto: Reprodução/Facebook)

Chuvas - Na manhã desta quarta (6), o Corpo de Bombeiros sobrevoa as regiões mais atingidas pelas queimadas no Pantanal - Corumbá, Miranda e Rio Negro - para dimensionar o impacto das chuvas registradas desde ontem.

Os relatos dos militares dão conta de que as precipitações começaram na noite de terça-feira, por volta das 22h30min na Fazenda Bodoquena - que agora concentra a Sala de Situação de combate ao fogo e a base de apoio dos Bombeiros. Foram registradas chuvas em outras regiões às 1h30min de hoje.

Segundo informações fornecidas pelo Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), as precipitações acumularam 1,2 mm em Corumbá, entre terça e esta quarta. São esperados 111,1 mm para o mês de novembro.

De acordo com Angelo Rabelo, chuva forte também atingiu a região do Pantanal do Rio Negro. O município de Rio Negro não tem estação do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), portanto não há dados pluviométricos detectados.

Efetivo - Além do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, militares do Distrito Federal, brigadistas do Prevfogo/Ibama (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Exército, Icmbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal atuam na frente de combate às queimadas.

Ao todo, 138 pessoas estão envolvidas na operação Pantanal 2. Mais 31 bombeiros do Distrito Federal são aguardados nestas quinta-feira (7).

O reforço aéreo conta com três aviões Air Tractor, com capacidade para despejar até 3 mil litros de água por lançamento, além de helicópteros. Por terra, caminhonetes, marruá do Exército e caminhões pipa e de combustível dão suporte.

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