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Meio Ambiente

MPF faz operação para fiscalizar fechamento de baías no rio Taquari

Francisco Júnior | 22/02/2013 09:10
Draga lacrada durante a operação. (Foto: PC de Souza)
Draga lacrada durante a operação. (Foto: PC de Souza)

O MPF (Ministério Público Federal) realizou a operação “Água Limpa” para fiscalizar o fechamento de baías no rio Taquari, na região do Caronal, em Coxim. A ação foi realizada após denuncia feita pelo site Edição de Notícias.

Nesta semana, uma equipe da Polícia Federal, acompanhada de analistas do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), esteve no local indicado encontrou uma draga, que retirava areia para contenção das águas. O equipamento foi lacrado.

A PF monitora a região com intuito de localizar o dono da draga. Novas ações conjuntas serão feitas sejam tomadas as providências cabíveis.

De acordo com o site, na região citada, várias baías do rio Taquari estão sendo fechadas, provocando desequilíbrio ambiental com a mortandade de toneladas de peixes. O turismólogo Ariel Albrecht explica que as baías são fechadas por determinação de fazendeiros, que visam apenas lucro, ganhando pequenos pedaços de terra para o gado pastar.

Nossa reportagem do site Edição MS, flagrou o trabalho numa baía. Sacos de areia sustentados por cercas improvisadas são colocados nas bocas das baías, formando uma espécie de muro. Em seguida, uma draga joga areia para interromper, definitivamente, a entrada de água.

De acordo com Albrecht, essa prática acontece desde a década de 70 e a cada ano é renovada, fazendo com que o pescado fique escasso. “Não são os pescadores, muito menos os turistas que acabam com os peixes, mas sim o fechamento das baías, praticado a mando de latifundiários que usam poderio econômico sobre políticos para ficarem impunes”, indigna-se o turismólogo.

Albrecht explica que essas baías enchem na época das chuvas, formando grandes lagoas onde existem milhares de peixes. “Com a seca e, consequentemente, a baixa do rio, a água volta a percorrer seu curso normal, assim como os peixes”, exemplifica.

Entretanto, com o fechamento os peixes não desovam, pois é em dezembro e janeiro que a maior parte dos cardumes deixa as baías para desovar. Mesmo que a baía não seque e os peixes não morram, eles acabam perdendo o tempo de desova, rompendo o ciclo reprodutivo.

Relatos de diversos pescadores dão conta de que são oito fazendas que fecham as baias.

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