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Meio Ambiente

Onças atacam cães e preocupam comunidade em Ladário

Mudanças no ecossistema do Pantanal podem estar por trás da aproximação dos animais silvestres

Por Gabi Cenciarelli | 30/05/2025 16:04


RESUMO

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A presença frequente de onças-pintadas próximas às residências na APA Baía Negra, em Ladário (MS), tem causado preocupação entre os moradores. Registros em vídeo mostram o felino circulando durante a noite, e ataques a cães da comunidade têm se intensificado nos últimos dias. Segundo a ONG ECOA, eventos climáticos extremos podem estar influenciando esse comportamento. A situação ganhou maior atenção após a morte do caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, atacado por uma onça em abril de 2025 na região do Touro Morto, no Pantanal sul-mato-grossense.

Moradores da APA (Área de Proteção Ambiental) Baía Negra, em Ladário a 426 quilômetros de Campo Grande estão assustados com a presença constante de onças-pintadas nas proximidades das residências. Um vídeo gravado nesta sexta-feira (30) por Maria Lourdes, que vive na região, mostra o felino circulando à noite bem perto das casas.

De acordo com postagem feita pela Ecoa, ONG (Organização Não Governamental) ambiental, o animal tem atacado cães da comunidade, comportamento que, embora não seja inédito, tem se repetido com mais frequência nos últimos dias.

A APA Baía Negra é uma unidade de conservação localizada às margens do Rio Paraguai, em área urbana. A presença de fauna silvestre próxima das moradias, conforme explica a ONG, é comum, mas a aproximação de predadores de grande porte, como a onça-pintada, tem preocupado os moradores.

A hipótese considerada pela Ecoa é de que o comportamento dos animais, aproximando-se das casas e atacando cães e outras criações das famílias, esteja relacionado a eventos climático hidrológicos extremos.

“Se as secas e os consequentes incêndios contribuem para a redução da produtividade dos ecossistemas, dos quais dependem as onças, as chuvas intensas e a inundação em grande escala da planície promovem a redução de território seco que poderia ser ocupado, levando-as para a proximidade das casas”, explica André Siqueira, biólogo e diretor da Ecoa.

A situação reforça a necessidade de acompanhamento técnico e de estudos sobre o comportamento dos grandes felinos no Pantanal, especialmente em áreas onde há contato direto com comunidades ribeirinhas.

Onças atacam cães e preocupam comunidade em Ladário
Jorge Avalo, caseiro que morreu atacadon mpor onça no Pantanal de MS (Foto: Reprodução)

Recorrência - A preocupação com essa aproximação cresceu depois da morte de Jorge Ávalo. Conhecido como Jorginho, era um caseiro de 60 anos que trabalhava há cerca de 20 anos em um pesqueiro na região do Touro Morto, no Pantanal sul-mato-grossense. Em 21 de abril de 2025, ele desapareceu após ser atacado por uma onça-pintada enquanto realizava suas atividades matinais no local.

O corpo de Jorge foi encontrado no dia seguinte por seu cunhado, a aproximadamente 300 metros do ponto do ataque. Durante o resgate dos restos mortais, a equipe foi surpreendida pela mesma onça, que avançou sobre um dos membros do grupo, mas fugiu após disparos de advertência

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