População não tem ideia sobre o que fazer com a murta, arbusto proibido por lei
Moradores falam de custos para o corte e têm dúvidas sobre alternativas para colocar no lugar
Apesar da lei que proíbe o cultivo e a manutenção da murta (Murraya paniculata) em Campo Grande, elas continuam firmes e forte pela cidade. Muitos moradores ainda não sabem como proceder com as árvores que já possuem em casa e reclamam de falta de auxílio da prefeitura. O objetivo da norma é combater o avanço de pragas que atacam os citros, mas a adaptação da população tem sido lenta.
RESUMO
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A lei municipal de Campo Grande proíbe o cultivo da murta (Murraya paniculata) devido ao risco de propagação do greening, doença que afeta a citricultura. A planta é hospedeira do inseto transmissor da bactéria causadora da enfermidade. Apesar da proibição, muitos moradores ainda não sabem como substituir as árvores existentes, e a orientação da Prefeitura tem sido insuficiente. Alguns cidadãos, como Carlos Edy Vasques Palhano, receberam mudas alternativas, mas enfrentam dificuldades financeiras para realizar a substituição. Profissionais de paisagismo buscam alternativas, enquanto a população tenta se adaptar à nova legislação.
Carlos Edy Vasques Palhano tem duas murtas adultas na calçada de sua residência. Ele soube da proibição e procurou a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) para pedir orientação.
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Segundo Palhano, na secretaria ele foi informado de que deveria providenciar o corte por conta própria.
“Ainda não consegui fazer porque é um investimento alto. Mas recebi duas mudas na Prefeitura para substituir a murta: uma de nêspera e outra de goiaba”, contou.
Segundo a arquiteta Claudia Rahe, a murta sempre foi muito utilizada nos projetos de paisagismo em Campo Grande. "É um arbusto resistente e de fácil manutenção. Mas já tenho usado outras alternativas para árvores de calçadas e jardins”, explica.
Suzi Batista também decidiu agir antes de ser notificada. Ela tem uma murta pequena em frente a sua casa e já escolheu o que plantar no lugar. “Pesquisei bastante e vou substituir por uma cássia-imperial. Quero resolver logo para não ter problema depois”, afirmou.
Legislação - Em Campo Grande, a Lei nº 11.616/25 proíbe o plantio, o comércio, o transporte e a produção da murta (Murraya paniculata). Classificada como planta exótica, ela é apontada como hospedeira do inseto transmissor do greening, uma das doenças mais graves da citricultura.
O problema está na relação da murta com o psilídeo, pequeno inseto que dissemina uma que causa o greening, também chamado de huanglongbing (HLB). A doença compromete o desenvolvimento das frutas cítricas e pode inviabilizar pomares inteiros.
Desde que o greening foi identificado no Brasil, em 2004, a citricultura acumula perdas expressivas. Em São Paulo, maior produtor do país, estima-se que 40% dos pomares tenham sido destruídos pela praga.
A Prefeitura foi procurada para esclarecer sobre os procedimentos em relação à murta, mas ainda não se manifestou. O espaço permanece aberto.
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