Projeto inédito usa joaninhas contra pragas em plantação de eucalipto
Iniciativa é inédita no Brasil, sendo utilizada em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Maranhão
A fábrica de celulose Suzano adotou joaninhas como solução natural para o controle biológico de pragas em suas plantações de eucalipto. A técnica utilizada na silvicultura é inédita no Brasil, nos estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Maranhão.
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A Suzano, uma das maiores fabricantes de celulose do Brasil, adotou joaninhas como método natural de controle de pragas em suas plantações de eucalipto, em uma iniciativa inédita no país. O projeto, desenvolvido em parceria com instituições como a Unesp e a Embrapa, visa reduzir o uso de defensivos agrícolas e promover uma produção mais sustentável. Em 2024, a técnica economizou R$ 3 milhões e evitou o uso de 17,1 mil quilos de defensivos, cobrindo 57 mil hectares. As joaninhas, da espécie Olla v-nigrum, são eficazes contra o psilídeo-de-concha, uma praga nociva ao eucalipto.
A iniciativa também contribui para o uso racional de defensivos agrícolas. Em 2024, por exemplo, cerca de 17,1 mil quilos deixaram de ser utilizados, gerando economia superior a R$ 3 milhões para a companhia. Além disso, as joaninhas também cobriram uma área de 57 mil hectares no ano passado.
O projeto foi desenvolvido em parceria com a FCA (Faculdade de Ciências Agronômicas) da Unesp, a Embrapa Florestas e a UFV (Universidade Federal de Viçosa). O objetivo é promover o uso mais racional de defensivos e utilizar a biodiversidade para o controle preventivo de pragas, reduzindo impactos ambientais e fortalecendo uma produção agrícola mais sustentável e eficiente a longo prazo.
Antes de liberar as joaninhas no ambiente, pesquisadores analisaram como a espécie reagia a diferentes temperaturas, dietas e às principais pragas do eucalipto.

“As joaninhas ficavam em um laboratório da companhia que simulava o ambiente de floresta, localizado na Unidade Florestal de Três Lagoas. Foram dois anos de trabalho, com uma equipe de quatro pesquisadores entomologistas da companhia dedicados a cuidar e estudar o comportamento da espécie”, explicou o pesquisador do tema, Maurício Magalhães Domingues.
As pesquisas para viabilizar a produção da joaninha começaram em 2022, com a identificação de populações nativas durante surtos da praga do eucalipto em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Tocantins.
Em 2023, os estudos avançaram com o objetivo de estabelecer uma criação experimental de joaninhas. No ano passado, 210 mil insetos foram liberados.
Inseto – A joaninha da espécie Olla v-nigrum é grande aliada no controle de uma das pragas mais nocivas ao cultivo de eucalipto, a Glycaspis brimblecombei ou psilídeo-de-concha.
A joaninha se adapta rapidamente ao ambiente, sendo que nas primeiras 24 a 48 horas após a liberação, ela explora o território em busca de alimento antes de se estabelecer. Já a oviposição ocorre entre 5 e 7 dias após o acasalamento, indicando uma boa adaptação.
A temperatura ideal não deve ultrapassar a amplitude de 20°C e 37°C, combinada com umidade moderada.
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