Registro raríssimo: família de cachorro-vinagre é vista no Pantanal
Esta é a terceira vez em quatro anos que animais foram filmados na região; imagem confirma preservação da área
O canídeo mais raro da América do Sul, o cachorro-vinagre foi avistado neste fim de semana no Pantanal. O animal, que é quase ameaçado de extinção, é raríssimo de ser encontrado, mas o guia de ecoturismo do Refúgio da Ilha, identificado apenas como Ary, teve a sorte de ver e filmar uma família de quatro indivíduos da espécie.
A imagem foi comemorada e compartilhadas nas redes sociais. “Estou feliz demais”, relatou o guia que lamentou o fato de não ter levado sua câmera fotográfica profissional, por conta da chuva que fazia durante o passeio com os hóspedes que conheciam o Pantanal Sul, em Miranda, a 208 km de Campo Grande.
O Instituto Delta do Salobra, criado pelo cineasta Maurício Copetti, celebrou o registro do raríssimo avistamento. “Com muita alegria, registramos o terceiro avistamento de cachorros-vinagre (Speothos venaticus), uma espécie rara e pouco vista no Pantanal. Os hóspedes da pousada Refúgio da Ilha @refugiodailha_ecolodge tiveram a honra de presenciar este encontro incrível, que foi registrado em vídeo pelo guia @ary_pantaneiro”, explicou a organização.
Os dois primeiros avistamentos na região, conforme a publicação, foram feitos por armadilhas fotográficas, em 2021 e 2022. “O cachorro-vinagre é uma espécie ameaçada, sua presença é um indicativo da saúde e preservação da área”, justificou.
Bicho raro - O cachorro-vinagre é um canídeo de corpo comprido, orelhas arredondadas e pernas curtas, com membranas interdigitais entre seus dedos, facilitando a locomoção na água. Possuem uma coloração castanho-avermelhada, e seus filhotes nascem acinzentados. É o menor entre os canídeos brasileiros, mede entre 57 e 75 cm de comprimento, possui entre 12 e 15 cm de cauda e pode pesar de 5 a 8 kg.
É um animal pouco conhecido pela ciência, devido à baixa densidade populacional e aos seus hábitos arredios. Vive próximo a ambiente aquáticos e é altamente suscetível a destruição de habitat e doenças transmitidas por cães domésticos.
Eles vivem em bandos de 2 a 12 indivíduos e são os menores canídeos do Brasil. Habitam principalmente florestas e já foram registrados nos biomas Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal, com casos raros de aparição na Caatinga.
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