Preguiça ou sinal de dor? Como saber se o seu pet está sofrendo
Do isolamento ao excesso de lambidas, alguns comportamentos podem indicar que algo não vai bem; saiba tudo

O cachorro deitado na escada, o gato trancado no armário e você pensando se o comportamento é só preguiça ou sinal de dor? Bem-vindo ao dilema dos tutores para decifrar o que os pets tentam dizer. Eles não falam nossa língua, mas falam a deles, e o problema é que muitas vezes os donos não entendem. Para ajudar a decifrar isso, o Lado B trouxe o veterinário Antonio Defanti Junior.
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Uma das principais coisas é se atentar a pequenos detalhes no comportamento deles, como dormir muito mais do que o normal, evitar contato físico ou carinho que antes gostavam de receber e alterações pequenas, mas persistentes, no apetite ou na sede.
Além disso, é importante prestar atenção em sintomas mais clássicos, como tropeços, andar de maneira diferente, lamber sempre o mesmo local, mastigar o alimento apenas de um lado e o isolamento que vai acontecendo aos poucos. Ele explica que os comportamentos de cães e gatos são diferentes, embora os dois tenham coisas em comum.
“O cachorro tropeça na escada, evita correr ou pular com relutância. Anda estranho, com as costas arqueadas, como se carregasse um peso invisível. Às vezes, lambe sempre o mesmo ponto do corpo ou até morde a própria pele. Outras vezes, fica agressivo de repente, como se dissesse ‘não me toque aí’. O apetite muda: ele recusa a ração, mastiga apenas de um lado, e a alegria de brincar dá lugar a longos períodos de silêncio, deitado no canto”.
Os cães tendem a vocalizar e demonstrar fisicamente, enquanto os gatos mascaram e revelam por mudanças de rotina e comportamento. A expressão da dor não é igual em todos os cães. Idosos e cães de raças grandes muitas vezes escondem melhor a dor. Raças pequenas e de companhia tendem a vocalizar mais. “Conhecer o comportamento habitual do cão é essencial para perceber mudanças sutis que indicam sofrimento”.

Já os gatos são diferentes. Se sofrem, eles não fazem alarde; pelo contrário, se escondem mais do que o habitual, passam horas longe dos tutores, e até a pelagem denuncia quando algo está errado. O veterinário explica que eles deixam de se lamber, o pelo fica arrepiado, sem o brilho de sempre.
Pode acontecer o oposto também, deles lamberem obsessivamente uma parte do corpo. Fatores como alterar o uso da caixa de areia, comer menos ou simplesmente beber pouca água também estão na lista de suspeitas de que algo não vai bem.
“O jeito de andar também muda, eles evitam saltar em lugares altos ou descem com cuidado excessivo, como se cada movimento fosse calculado. Até o rosto fala, os olhos ficam semicerrados, orelhas para trás, bigodes projetados para frente”.
Tudo é sinal de dor?
Mas nem todo sinal é dor. Muita gente confunde alguns comportamentos que nem sempre significam isso. Bocejar demais pode ser apenas sono; lamber o focinho ou se espreguiçar muito podem ser sinais de estresse, sono ou tentativa de relaxamento.
Ofegar pode indicar calor, ansiedade ou sobrepeso. Tremores, às vezes, revelam medo ou frio, e não sofrimento físico. Recusar comida também pode ter outras explicações: estresse, mudanças no ambiente ou até uma crise de frescura felina.
“Muitos cães choram por ansiedade de separação, tédio ou busca de atenção. Andar devagar ou deitar bastante pode ser apenas preguiça, cansaço ou característica do porte/raça (raças braquicefálicas, por exemplo, cansam mais rápido)”, explica Antonio.
E aquele olhar triste? Em algumas raças de cachorro, como o Basset Hound ou o Bulldog Inglês, é apenas genética, não sofrimento. O segredo, segundo o veterinário da clínica Bourgelat, é saber observar.
“Mudanças pequenas e persistentes costumam revelar mais do que qualquer gemido”. O importante é nunca tentar bancar o veterinário caseiro. Analgésicos e remédios humanos podem ser tóxicos e fatais para cães e gatos, ele pontua.Ou seja, não se aventure!
“Muitos tutores pensam que estão ajudando, mas a dose, o metabolismo e até a toxicidade dos medicamentos são diferentes entre humanos e pets. Sempre deve-se procurar um médico veterinário".
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