Bandido bom é bandido morto? Promotor que investiga policiais responde

Até o dia 12 de fevereiro de 2025, ou seja, nos primeiros 43 dias do ano, 13 mortes decorrentes de abordagens policiais foram registradas em Mato Grosso do Sul, 10 delas só em janeiro. No ano passado, foram contabilizadas 86 mortes em decorrência da intervenção policial no Estado, uma média de sete por mês. É normal? Quem investiga essas mortes? É o que explica Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, promotor de Justiça com quase 30 anos de experiência no combate ao crime.

Douglas é conhecido pela atuação no Tribunal do Júri e um dos responsáveis, por exemplo, pela primeira condenação de Jamil Name Filho em um júri popular. Jamilzinho, figura que leva sobrenome de família poderosa em Mato Grosso do Sul, foi sentenciado por crime que chocou o Estado: o assassinato do estudante de Direito, Matheus Coutinho Xavier, garoto de 20 anos, que foi fuzilado por engano, no lugar do pai, em 2019.

O promotor atingiu, no ano passado, a marca dos 1 mil júris e, em julho, guardou a “capa preta” no armário para assumir nova missão: a de investigar policiais e a polícia. Ele hoje é o chefe do Gacep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial).

Douglas Oldegardo, que nunca fugiu de polêmicas e já quebrou óculos, quase saiu no soco com advogado e até desmaiou em plenário, também não tem perfil de fugir de desafios. Encarou o Na Íntegra e começa a entrevista sem cortes respondendo à pergunta que tem origem no senso comum. Bandido bom é bandido morto?

De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, entre 2015 e 2024, houve aumento de 473% no número de óbitos “em confronto”, como classifica a polícia, em Mato Grosso do Sul. Neste intervalo de 9 anos, foram 622 mortes. Para o promotor, está óbvio que a polícia está matando mais, mas, ao podcast, analisa os números. Veja:

Além de analisar dados sobre a letalidade policial em Mato Grosso do Sul, Oldegardo também explica quais são as atribuições do Gaecep e responde a curiosidades. Ele teve de aposentar a beca, vestimenta que os tribunos, promotores e advogados, usam durante os júris, mas ainda trabalha na companhia da “007”. Descubra quem é...

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