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Política

Agora à frente da Seinfra, Murilo diz que Aquário será prioridade do 2º mandato

Vice-governador eleito assumirá a Secretaria Estadual de Infraestrutura e destaca também continuidade de obras em rodovias e substituição de pontes

Humberto Marques | 30/12/2018 13:43
Murilo, futuro vice, também foi confirmado na Seinfra no segundo mandato de Reinaldo. (Foto: Arquivo)
Murilo, futuro vice, também foi confirmado na Seinfra no segundo mandato de Reinaldo. (Foto: Arquivo)

Imbróglio econômico e judicial para o governo de Mato Grosso do Sul, o Aquário do Pantanal, cuja obra se arrasta há cerca de seis anos, está entre as prioridades do futuro vice-governador e secretário de Estado de Infraestrutura, Murilo Zauith (DEM), a partir de 1º de janeiro de 2019. Além da conclusão da polêmica obra, o democrata também afirma que a continuidade de ações no setor da atual gestão –como recuperação de estradas e substituição de pontes de madeira pelas de concreto– serão realizadas.

Murilo espera discutir detalhes do cronograma de ações já nesta segunda-feira (31), em reunião com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), com quem compor a chapa vencdedora das eleições de outubro. “Pretendo conversar com ele antes de nossa posse, na terça-feira, mas posso dizer que considero uma prioridade terminar o Aquário, que é uma obra emblemática para o Estado”, destacou o vice-governador eleito.

Iniciado na gestão do ex-governador André Puccinelli (MDB) –de quem Murilo foi vice entre 2006 e 2010–, o futuro titular da Seinfra reconhece os problemas que pairam sobre o empreendimento. Mas, assim como Reinaldo, aponta o prejuízo ao dinheiro público representado pela não conclusão do Aquário. “Sei o que já foi colocado em recursos públicos lá. E Campo Grande não merece ter uma obra desse porte paralisada”, destacou.

Na quinta-feira (27), durante evento no Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul), Reinaldo destacou que a pendência judicial envolvendo a conclusão do aquário foi “equacionada”, com uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado isentando a atual administração de responsabilidades por problemas causados na obra na gestão anterior. Com isso, espera-se realizar a licitação para terminar o Aquário do Pantanal em janeiro.

Impasse – Anunciado em 2011 como empreendimento com fundos turístico e de pesquisa, o Aquário do Pantanal teria um custo inicial de R$ 80 milhões. A Operação Lama Asfáltica, porém, apontou uma série de suspeitas de irregularidades no empreendimento, cujo custo final chegou à casa dos R$ 220 milhões. A obra foi subempreitada em 2014 da Egelte, vencedora da licitação, para a Proteco.

Aquário deve ter nova licitação lançada em janeiro de 2019 para finalmente ser concluído. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Aquário deve ter nova licitação lançada em janeiro de 2019 para finalmente ser concluído. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Após uma série de paralisações, em novembro de 2017 o governo estadual rompeu o contrato com a vencedora do certame, quando o valor inicial do Aquário havia sido aditado em 25% --limite previsto pela lei de licitações. A segunda colocada no certame não aceitou assumir o serviço. Assim, a gestão estadual optou por um acordo envolvendo Judiciário, MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e TCE (Tribunal de Contas do Estado) no início deste ano, para concluir o empreendimento via contratação direta. Em meio a impasses causados por essa discussão, o projeto acabou adiado, mas tende a ser retomado em 2019.

Contudo, será preciso realocar recursos para o Aquário. Dos R$ 37 milhões disponíveis para a obra, após cortes de gastos, restaram R$ 7,5 milhões. A planilha de gastos e do projeto –que já excluía laboratórios e alguns setores de pesquisa– será redimensionada. A intenção é reabastecer o caixa da obra por meio de pagamentos vindos de compensações ambientais.

Continuidade – Murilo também afirmou que sua intenção é dar prosseguimento às ações já realizadas pela atual gestão estadual no campo da infraestrutura, que incluem a recuperação de rodovias estaduais e substituição de pontes de madeira por estruturas de concreto.

“Já há um projeto para substituição de pontes de madeira. Estamos no século 21, não cabe mais pagar pela manutenção dessas estruturas”, destacou Murilo. “Naturalmente há todo um processo para isso, que vamos seguir. E, claro, cuidar das estradas do Estado. Vamos levantar tudo o que está sendo feito e projetar, dentro do nosso orçamento, um plano de recuperação”.

Engenheiro civil por formação e empresário do ramo educacional, Murilo Zauith tem uma extensa carreira política. Foi secretário de Planejamento de Dourados, deputado federal e estadual e vice-governador. Em 2011, disputou e venceu eleição suplementar para a Prefeitura de Dourados, reelegendo-se no ano seguinte. Segundo Reinaldo, sua indicação teve viés técnico, integrando as “mudanças pontuais” promovidas para a próxima gestão.

Antes do início da campanha, quando anunciou Murilo para sua vice, o governador havia garantido que seu vice teria papel atuante na gestão. “O Reinaldo teve esse pensamento de eu participar ativamente do governo, para o qual tenho conhecimento para ter condições de integrar. Não fazia parte do grupo político dele, mas agora integro este e, também, o administrativo”, frisou o vice-governador e titular da Seinfra –pasta que reúne, entre outros órgãos, a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) e Agehab (Agência Estadual de Habitação Popular), além de participação no controle sobre a Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul) e a MS Gás (empresa pública de gás e energia do Estado).

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