Após cassação, população amanhece dividida entre comemoração e revolta
Cassado no fim da noite de ontem (12), Alcides Bernal (PP) não comanda mais a Capital e a população amanheceu na expectativa do futuro da administração de Campo Grande. Entre os que acordaram cedo para enfrentar mais um dia de trabalho, há os que ficaram felizes com a decisão dos vereadores, os que se revoltam com a cassação e os que acreditam até em "golpe político".
Para o auxiliar de administração, Marcelo Nunes, de 32 anos, os 23 vereadores que votaram a favor da cassação de Bernal agiram certo e o que resta à população é esperar. “A cidade estava parada, não tinha manutenção nos bairros e ele não soube administrar. Agora a gente fica na expectativa de como será o novo prefeito”, conta.
O até então vice-prefeito, Gilmar Olarte (PP), toma posse do cargo às 9 horas desta quarta-feira (13) na Câmara Municipal de Campo Grande.
A produtora rural Zaira Lima, de 54 anos, acompanhou os detalhes da cassação e se sente revoltada com a situação da cidade. “Ele é uma boa pessoa, mas não deram tempo para ele administrar. Se tivessem deixado ele trabalhar, teria feito as coisas certas”, diz.
Já o segurança Ivo Almeida, de 49 anos, afirma que a saída de Bernal é o melhor para a cidade, mas não da forma com que a cassação foi conduzida. “Foi negativo do jeito que fizeram, sabemos que tem um acordo político, mas ele não estava fazendo nada, a cidade estava parada”.
Outra que também foi contra a cassação do preifeito é a dona de casa Rosa Aparecida, de 40 anos, ela admite que a administração não estava 100%, mas não concorda com a saída de Bernal. “Se ele saiu, tiveram os motivos, mas não foi certo, não foi mesmo”, conta.
Para o mototaxista Jozier Raimundo, de 30 anos, que tem contato com pessoas diferentes o dia todo, a ação é considerada por muitos como um golpe político. “Todo mundo tava falando isso ontem, a gente sabe que foi golpe. Mas, na minha opinião, não vai mudar em nada”, completa.
Cassado e novo prefeito - Bernal foi cassado por 23 votos a seis e uma sessão que só terminou no começo da madrugada dessa quinta-feira. Eleito em outubro de 2012 com 270 mil votos, foi julgado por um dos nove crimes que teria cometido em um ano e dois meses de gestão.
Gilmar Olarte é formado em Ciências Contábeis e natural de Aquidauana. Foi vereador da Capital durante a legislatura de 2004 a 2008, mas não conseguiu a reeleição. Em 2012, foi eleito vice-prefeito na chapa encabeçada pelo prefeito Alcides Bernal.
Na eleição de 2012, pastor e líder da Igreja Assembleia de Deus Nova Aliança, Olarte declarou à Justiça Eleitoral ter um patrimônio que totaliza R$ 2 milhões.