Comando do PSDB no Estado fica no limbo até definição nacional
Acordo deve sair só depois de 30 de novembro, quando Aécio Neves assume o comando nacional do partido

A direção do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) em Mato Grosso do Sul segue indefinida. O prazo para decidir quem assumirá a presidência definitiva do partido, após a saída do ex-governador Reinaldo Azambuja (PL), termina nesta terça-feira (21). No entanto, parlamentares afirmam que a decisão deve ocorrer apenas após 30 de novembro, quando o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) deve assumir a presidência nacional da legenda.
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Apesar da visita a Campo Grande do atual presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, nenhuma definição foi tomada nesta manhã. O pré-candidato ao governo de Goiás disse que não se recordava do prazo para escolha da nova direção estadual e que veio à Capital apenas para reuniões administrativas e particulares.
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Perillo afirmou ainda que não foi demandado sobre o assunto, mas, quando for, avaliará o tema junto à comissão nacional. Mesmo assim, integrantes do partido acreditam que uma decisão, ainda que provisória, pode ser anunciada entre hoje e amanhã (22).
O deputado federal Geraldo Rezende, atual presidente provisório do PSDB em MS, destacou que deseja continuar na função, mas que a escolha será feita pela Executiva Nacional. “Depois do dia 21, a Executiva Nacional vai nomear uma direção provisória”, afirmou.
Rezende também já manifestou interesse em seguir na legenda e contribuir para a reconstrução do partido. “Todo mundo que ajudou a construir o PSDB tem interesse, principalmente num momento tão difícil como este. É um grande desafio, mas, se for chamado, vou atender”, disse.
O deputado federal Dagoberto Nogueira declarou que não está acompanhando de perto as movimentações e acredita que o nome da nova direção deve ser indicação de Reinaldo Azambuja. Mesmo fora do PSDB, o ex-governador ainda é considerado uma das principais lideranças tucanas no Estado, já que deve concorrer ao Senado com apoio de parte da sigla.
“Reinaldo tem muitos aliados no PSDB que são fiéis à palavra dele. Sem falar na força política que ele tem em nível nacional. Foram 30 anos de partido, então ele precisa participar desse processo. Mesmo fora, ele continua influente”, disse o deputado estadual Pedro Caravina (PSDB).
Durante a manhã, Caravina esteve na Câmara Municipal de Campo Grande para conversar com vereadores tucanos sobre demandas da Capital e sobre a direção estadual. O parlamentar também já manifestou interesse em assumir o comando definitivo do partido.
“O meu pensamento é pela permanência no partido, pela reestruturação e pela formação das chapas federal e estadual. Defendo que o comando do PSDB deve ser de quem realmente vai ficar na sigla. Sabemos que a janela partidária será em março, mas a construção das chapas começa agora”, afirmou.
Apesar das divergências internas, os deputados dizem buscar um consenso sobre a nova direção. Caravina, que é um dos cotados à presidência estadual, citou o deputado federal Beto Pereira como outro nome em discussão e reconheceu que Geraldo Rezende não é unanimidade.
“Vamos sentar com ele e ver qual é a vontade do Beto, se está confirmada a permanência dele no partido. O consenso é que o comando precisa estar com alguém que vá permanecer e ajudar na reestruturação. O nome do Geraldo é consenso? Não, porque talvez ele não tenha tanta facilidade de mobilização. É um bom deputado, mas fazer partido exige tempo, disponibilidade e contato. Mas não está descartado”, pontuou.
Também já manifestaram interesse em permanecer no PSDB a deputada estadual Lia Nogueira e vereadores como Juari Lopes, o Professor Juari, que pretende disputar uma vaga de deputado federal.
“Eu acho que os deputados federais deveriam ser sinceros: quem quiser sair do PSDB deveria falar logo, para dar tempo de montarmos nossa chapa. Ficar até dia 30 só por causa da janela tudo bem, mas que digam claramente se vão sair em março. Se não vão ficar, qual o sentido de querer presidir o partido?”, questionou Juari.
A reportagem tentou contato com o deputado federal Beto Pereira, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.
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