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Política

CPI da Folia é sepultada por vereador que assinou documento sem ler

Aline dos Santos e Kleber Clajus | 15/07/2014 13:09
Chiquinho Telles tentou, pela segunda vez, abrir investigação sobre shows contratados com a empresa Eco Vida  (Foto: Marcos Ermínio)
Chiquinho Telles tentou, pela segunda vez, abrir investigação sobre shows contratados com a empresa Eco Vida (Foto: Marcos Ermínio)

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Folia teve, nesta terça-feira (15), mais uma atrapalhada tentativa de sair do papel na Câmara Municipal. A poucos minutos do documento pedindo abertura da investigação sobre contratos entre a empresa Eco Vida Prestadora de Serviços Ltda e a Prefeitura de Campo Grande chegar à Mesa Diretora, o vereador Ademar Vieira Júnior (PSD), o Coringa, retirou a assinatura.

O parlamentar admitiu ter assinado o requerimento sem saber o conteúdo. Desta forma, o número de assinaturas caiu para nove e a comissão, mais uma vez, não foi criada. Isso porque é preciso o aval de dez vereadores para que uma CPI seja proposta na Casa de Leis.

Ao rejeitar o pedido, Coringa afirmou que é preciso saber o que já foi apurado pelo MPE (Ministério Público Estadual), além de ressaltar que uma CPI nesse momento só resultaria em gastos. “O que vamos acrescentar?”, questionou.

No mês passado, o documento articulado pelo vereador Chiquinho Telles (PSD) chegou a ter onze assinaturas. Porém, os vereadores Delei Pinheiro (PSD) e Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, retiraram os nomes. O segundo parlamentar voltou atrás hoje para completar o número de assinaturas necessárias.

Dentre os vereadores que assinaram estavam Chiquinho Telles, Otávio Trad (PTdoB), Eduardo Romero (PTdoB), Edson Shimabukuro (PTB), Elizeu Dionízio (SD), Magali Picarelli (PMDB), Paulo Siufi (PMDB) e Waldecy Batista Nunes (PP), o Chocolate.

“Essa CPI é para dar oportunidade para que se explique onde foi parar R$ 1 milhão com a contratação de artistas no ano passado”, afirmou Chiquinho Telles, que agora pretende refletir sobre uma nova tentativa.

Ao usar a tribuna mais cedo, ele relembrou que foram pagos R$ 120 mil a cantora Roberta Miranda para apresentação no aniversário da cidade, quando o “show fechado custa R$ 75 mil”.

A contratação foi intermediada pela Eco Vida, que em contratos do Carnaval do ano passado recebeu R$ 1,505 milhão, ainda com objeto social para plantio de árvores. Já no aniversário de 114 anos da Capital, foram mais R$ 390,4 mil em contrato para shows firmados três dias após começar a operar com “produção e agenciamento de eventos e artistas”.

Para Paulo Siufi, com os valores gastos em shows, daria até mesmo para contratar o cantor Roberto Carlos. “Na minha opinião a CPI já deveria estar aberta. Só não participo da composição para não dizer que estou perseguindo alguém”, comentou o ex-presidente da CPI do Calote, que levou à cassação do prefeito Alcides Bernal (PP).

Contra – Do lado oposto aos que apoiam a CPI, Vanderlei Cabeludo (PMDB) argumenta que a questão já é apurada pelo MPE e TCE (Tribunal de Contas do Estado). “Não se pode usar a emoção para assinar”, avalia.

Outro fator que pesa contra é o período eleitoral, pois 13 dos 29 vereadores vão disputar as eleições deste ano. “Não é o momento para uma investigação”, afirma o vereador Ayrton Araújo (PT).

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