Deputados de MS admitem cancelar recesso, mas discordam sobre Temer
Câmara Federal pode avaliar denúncia contra Temer no recesso
Os deputados federais de Mato Grosso do Sul não veem objeção em cancelar o recesso, para avaliar eventual denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) pelos crimes de corrupção passiva e obstrução à Justiça, contra o presidente Michel Temer (PMDB), mas divergem sobre a possível votação.
Carlos Marun (PMDB), um dos principais aliados do presidente, ressaltou que uma pauta como esta precisa ser prioridade, sem espaço para recesso. "Temos que resolver e votar o quanto antes, com rapidez, tendo o processo no máximo de 10 dias, para que não prejudique a economia e estabilidade do Brasil", disse ele.
O peemedebista ressaltou que a oposição irá tentar "obstruir" os trabalhos, para prolongar ao máximo o processo. "Eles não tem os votos suficientes, por isso vão tentar desgastar a imagem do presidente, se acham grandes, mas fazem parte da minoria". São necessários 342 dos 513 deputados, para autorizar a investigação contra Temer no STF (Supremo Tribunal Federal).
Já Dagoberto Nogueira (PDT), que faz parte da oposição, também é a favor de cancelar o recesso, mas diferente do colega, irá votar para que a denúncia seja investigada pelo Supremo. "Já tem elementos mais do que suficientes para investigação, a ex-presidente Dilma (Rousseff) caiu por muito menos".
O deputado Geraldo Resende (PSDB) se colocou a disposição para estar em Brasília em julho, mas manteve cautela sobre eventual denúncia contra Temer. "Precisamos esperar para avaliar o conteúdo e teor (denúncia), além disto o partido deve se reunir e definir uma posição, que vou seguir junto".
Denúncia - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve formalizar na semana que vem, uma denúncia pelos crimes de corrupção passiva e obstrução à Justiça, contra o presidente Michel Temer, tendo como base as delações e provas entregues pelos donos da JBS. Também deve ser incluído o episódio da entrega de mala de R$ 500 mil ao ex-deputado Rocha Loures.
A denúncia precisa ser aceita por dois terços da Câmara Federal (342 dos 513), para autorizar o Supremo Tribunal Federal a investigar o presidente. De acordo com o presidente da Casa de Leis, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), este processo terá prioridade, se for necessário, cancelando o recesso, marcado a partir de 18 de julho.
O Campo Grande News entrou em contato com os demais deputados: Zeca do PT, Vander Loubet (PT), Elizeu Dionízio (PSDB), Tereza Cristina (PSDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM), mas eles não atenderam as ligações, até o fechamento da reportagem.