Disputa por presidência de união adia "casório" entre PSDB e Podemos
Decisão foi tomada após o Podemos exigir o cargo de titular da futura fusão por quatro anos

PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) suspendeu, nesta sexta-feira (13), processo de união com o Podemos, segundo o deputado federal por Minas Gerais, Aécio Neves. A decisão foi tomada após divergência sobre quem comandaria a nova sigla. A negociação estava na reta final desde que a convenção do PSDB, realizada no dia 5, autorizou a incorporação do partido atualmente presidido por Renata Abreu, parlamentar paulista.
Conforme Aécio em entrevista ao Estadão, o impasse surgiu quando o Podemos exigiu que Renata assumisse a presidência do conglomerado de partidos por quatro anos, proposta considerada inaceitável pelos tucanos. O ninho optava por sistema de rodízio na presidência, com alternância a cada seis meses no início e, depois, a cada ano, até as eleições municipais de 2028. Após esse período, seria realizada uma eleição interna para definir um diretório e uma executiva com mandato de dois anos.
De acordo com Aécio, a exigência feita na quarta (11), inviabilizou a continuidade do casório político. “É uma exigência que não estava nem sendo cogitada e, para nós, é intransponível”, afirmou o parlamentar. O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, confirmou a suspensão das tratativas pelas redes sociais.
Diante do impasse, o ninho tucano decidiu retomar as conversas para formar uma federação com Republicanos, Solidariedade e MDB. Apesar da ruptura, o PSDB não descarta uma possível negociação futura com o Podemos, mas dentro do modelo de federação, que permite maior autonomia entre os partidos.
Uma fonte ligada ao Podemos afirmou ao veículo nacional que a legenda considera natural que Renata Abreu lidere a nova sigla, já que possui atualmente uma bancada maior na Câmara, com 15 deputados federais, contra 13 do PSDB. No Senado, o Podemos tem quatro representantes, e os tucanos, três.
Entenda - A união, tratada politicamente como fusão, na prática representaria a incorporação do partido de Renata Abreu pelos tucanos. No entanto, o PSDB, que já possui federação com o Cidadania, precisaria do aval da legenda parceira para concluir o processo.
A tentativa de fusão acontece no contexto de enxugamento do número de partidos no Brasil, pressionado pela cláusula de barreira. Além disso, o ninho vive um processo de esvaziamento, com perdas de representatividade no Congresso e risco de não eleger nenhum governador nas próximas eleições. O único tucano ainda em mandato, governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), negocia a migração para o PP ou PSD, seguindo os passos de Eduardo Leite (RS) e Raquel Lyra (PE), que também deixaram a sigla.
O Campo Grande News tentou, por e-mail, telefone e WhatsApp, contato com os representantes estaduais do PSDB, mas não obteve retorno até o fechamento deste texto. O espaço permanece aberto para futura manifestação.
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