Em MS, Ciro Gomes chama Bolsonaro de "idiota" e governo de "desastre"
A única medida positiva deste governo, segundo ele, foi a transferência de lideranças de facções criminosas a unidades federais
O vice-presidente nacional do PDT, Ciro Gomes, chegou a Campo Grande disparando críticas ao governo Bolsonaro. Classificou o presidente da República como “idiota”, "vagabundo" e cobrou uma ação dos militares e ministros que compõem a administração federal para que o façam “parar de falar bobagens, constranger o país e ir trabalhar”.
Ciro Gomes, candidato à presidência em 2018, está em Campo Grande para ministrar palestra “As reformas econômicas e sociais e a retomada do crescimento”, no Teatro Glauce Rocha, na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Antes, falou com a imprensa e salvou apenas uma medida do governo como positiva. “O resto é um desastre”, disse.
Segundo ele, a única medida positiva deste governo foi a transferência de lideranças de facções criminosas a unidades federais, retirando do sistema carcerário comum de São Paulo ou Rio de Janeiro.
De resto, nada salva. “Educação, saúde e segurança têm a pior execução do Orçamento dos últimos anos”, citando como exemplo que, em sete meses, segurança usou apenas 6,5% dos recursos disponíveis.
Na economia, citou o número de desempregados, 14 milhões, índice desatualizado. Ontem, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgou que contingente de pessoas sem carteira chega a 12,8 milhões de pessoas e que, destes, 3,347 milhões procuram trabalho há, no mínimo, dois anos.
Gomes diz que as declarações de Bolsonaro só atrapalham o país. “Todo dia o presidente cria problema com palavras vulgares e chulas, interferindo em processos eleitores, como na Argentina”, avaliou.
Também citou as declarações sobre a disputa entre China e Estados Unidos, em que Bolsonaro teria se declarado abertamente favorável aos argumentos americanos. Segundo ele, o Brasil poderia estreitar relações com a China, que poderia adquirir mais produtores agrícolas brasileiros.
Na lista de críticas, entrou também a assinatura, segundo ele às “pressas, sem ler porque é um idiota” que permite o boicote a produtos brasileiro por parte da união europeia. A cláusula denominada de princípio da precaução justifica o veto se estes países entenderem que o produto não é sustentável ambientalmente. Esse acordo foi assinado em julho de 2019.
“Estou indignado que ninguém do governo, seja general ou ministro chegue para o Bolsonaro e diga ‘ô, panaca para falar de bobagens, você está gerando constrangimento, cala a boca, vai trabalhar vagabundo!’”.
Reforma – as mudanças no sistema previdenciário também foram alvo de duras críticas. Ciro Gomes disse que PDT tinha proposta que previa o fim do déficit em período de 24 meses. Nesta proposta, havia o pagamento de salário mínimo de pensão a todos os aposentados, repartição de pagamento até o teto de R$ 4 mil e capitalização para valores acima desse, porém, com adesão voluntária.
“Agora, o governo vai durar 10 anos para acabar com déficit”. Hoje, voltou a defender a exclusão dos parlamentares do PDT que votaram a favor da reforma do atual governo, sem citar nomes.