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Política

Em MS, médica, ex-prefeito, empresário e pecuaristas lideram manifestações

Dossiê citando os envolvidos foi feito pela Secretaria de Segurança e enviado ao Supremo Tribunal Federal

Jhefferson Gamarra e Caroline Maldonado | 16/11/2022 16:00
Manifestantes reunidos em frente ao Comando Militar do Oeste, em Campo Grande. (Foto: Cleber Gellio)
Manifestantes reunidos em frente ao Comando Militar do Oeste, em Campo Grande. (Foto: Cleber Gellio)

Relatório da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul) enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) identificou 7 pessoas suspeitas de liderarem as manifestações contra o resultado das eleições presidenciais no Estado. O Campo Grande News teve acesso ao ofício que detalha o perfil de cada um dos envolvidos. Também foram identificados veículos utilizados nos protestos.

A apuração foi feita pela Sisp (Superintendência de Inteligência de Segurança Pública da Sejusp). O dossiê relata que centenas de pessoas se reuniram em frente à sede do CMO (Comando Militar do Oeste), na Avenida Duque de Caxias, em Campo Grande, pedindo "intervenção federal". O relatório diz que os participantes majoritariamente vestem verde e amarelo e carregam a bandeira do Brasil.

Foram constatados nas manifestações alguns veículos de possíveis organizadores locais e entre eles os principais eram: um caminhão de som tipo trio elétrico e um caminhão guindaste usado para hastear a bandeira brasileira. No canteiro da via, foram identificados 151 veículos.

Além de relacionar os veículos, a Polícia Civil apontou o envolvimento de pelo menos 7 pessoas como líderes das manifestações, traçando o perfil de cada um, mas sem detalhar a função na organização dos atos.

Entre eles está a médica Sirlei Faustino Ratier, que foi candidata a deputada federal pelo PP nas eleições deste ano e não foi eleita. Ela também é fundadora e coordenadora do movimento intitulado “QG voluntários do Bolsonaro”. Procurada pela reportagem, a médica confirmou que participa e apoia o movimento em frente ao CMO, mas negou ser a organizadora.

“Esse é um movimento do povo, não tem organizador ou líder. Concordo em gênero número e grau com o movimento. O povo tem o direito de se manifestar pacificamente, mas não sou organizadora de nada”, argumentou.

Na lista de organizadores da Polícia Civil, consta ainda o ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos Rosa (MDB). Recentemente, áudios do político circularam através do WhatsApp convocando apoiadores para manter as manifestações em rodovias e fechar o comércio da cidade em protesto ao resultado da eleição.

À época, Waldeli afirmou que os áudios foram descontextualizados. Sobre a citação de seu nome como um dos organizadores dos atos pró-Bolsonaro, o ex-prefeito negou que tenha praticado algo irregular. “Não tenho conhecimento. Não houve comprovação da minha participação em fechar rodovia. Até porque em Costa Rica não houve fechamento de rodovia”, alegou.

A ex-servidora comissionada da Câmara Municipal de Campo Grande, Juliana Gaioso, que concorreu como deputada federal na eleição deste ano pelo PRTB, também não eleita, consta na lista de liderança dos atos.

“Eu não sou liderança dos movimentos. A minha participação nos atos se dá como jornalista fazendo a cobertura dos eventos para a produção de um documentário. Me coloco a disposição para qualquer esclarecimento e continuarei desempenhando o meu direito constitucional de exercer o jornalismo”, disse Juliana.

A lista ainda identificou como lideranças os pecuaristas Rene Miranda Alves e Renato Nascimento Oliveira, conhecido como Renato Merem (ex-presidente do Movimento Nacional dos Produtores - MNP); o agricultor Germano Francisco Bellan e o empresário Júlio Augusto Gomes Nunes.

A reportagem tentou contato com os demais citados no relatório, mas não houve êxito. O espaço segue aberto para o pronunciamento dos envolvidos.

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