Em visita inédita, presidente paraguaio recebe honras militares na Capital

O presidente do Paraguai, Santiago Peña (Partido Colorado), foi recebido com honrarias militares das forças de segurança de Mato Grosso do Sul, na noite desta quinta-feira (2), no Espaço Yotedy, em Campo Grande. É a primeira vez na história que um chefe de Estado paraguaio pernoita em território sul-mato-grossense, fato que parlamentares e autoridades classificaram como um marco da aproximação entre os dois países.

A recepção encerrou um dia de compromissos no Estado. Pela manhã, Peña visitou o canteiro de obras da ponte da Rota Bioceânica, em Carmelo Peralta, acompanhado do governador Eduardo Riedel (PP) e da ministra do Planejamento, Simone Tebet. À tarde, em Dourados, participou do anúncio de US$ 70 milhões da JBS na produção de frangos no país vizinho.

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No jantar, o presidente dividiu mesa com senadores, deputados, ministros e empresários. A imprensa, no entanto, só pôde acompanhar a entrada dos convidados ao buffet, situado na Rua Antônio Maria Coelho. Peña evitou responder as questões dos jornalistas presentes, uma vez que coletiva sobre a visita está marcada para amanhã.

Para o deputado Gerson Claro (PP), presidente da Assembleia Legislativa, o simbolismo da visita é evidente.

“É a primeira vez que um presidente do Paraguai pisa em Mato Grosso do Sul e dorme aqui. É uma demonstração de integração e mostra que estamos no centro de um projeto que vai mudar o continente”, afirmou.

Ele ainda destacou o caráter monumental da ponte em construção. “Aquilo vai virar ponto turístico. Vai ter gente que vai viajar só para ver a ponte e voltar, de tão impressionante que é a estrutura.”

O deputado federal Vander Loubet (PT) apontou que a agenda vai além da diplomacia. “Essa visita é um passo importante na consolidação do Mercosul. A integração física da rota vai além do comércio, envolve cultura, turismo e até a radiodifusão. É a prova de que o povo paraguaio e o brasileiro são irmãos”, disse.

A ministra Simone Tebet ressaltou o impacto econômico da Rota. “Era um sonho de 50 anos que agora começa a se tornar realidade. A dimensão é tão grande que nem conseguimos mensurar. Vai gerar empregos diretos e indiretos, impulsionar o PIB e movimentar setores como turismo, hotelaria, restaurantes e agroindústria. É uma revolução para Mato Grosso do Sul e para o Paraguai”, avaliou.

O senador Nelsinho Trad (PSD) chamou a atenção para os entraves logísticos.

“Se a cada parada for preciso esperar horas nas aduanas do Brasil, do Paraguai, da Argentina e do Chile, a rota perde o sentido. O Congresso precisa modernizar a legislação e criar mecanismos para que as cargas passem com agilidade”, declarou.

O vice-governador José Carlos Barbosa (PP), o Barbosinha, frisou o caráter bilateral da visita. “Encontros como este sempre trazem à mesa saúde, educação, segurança e fitossanidade. O desenvolvimento do Paraguai interessa ao Mato Grosso do Sul e vice-versa. É uma relação de reciprocidade”, disse.

Já o governador Eduardo Riedel destacou a necessidade de apoio do governo federal para a operação da ponte. “A obra deve ser concluída entre maio e junho, mas, para estar operacional, precisamos da Receita Federal, da Polícia Federal e de toda a estrutura de fiscalização. Estamos em diálogo constante com Brasília e com o Itamaraty”, explicou.

Além dos citados, estiveram presentes: o ex-governador, Reinaldo Azambuja, o deputado gederal Geraldo Rezende (PSDB) e o presidente do TJMS, Dorival Pavan.

A agenda do presidente segue nesta sexta-feira (3) com café da manhã na Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, e visita à fábrica de celulose da Suzano, em Ribas do Rio Pardo.

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