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Política

Horas antes de votação, Dilma mantém rotina de pedaladas em Brasília

Análise de processo contra ele começa às 13 horas, no horário de Mato Grosso do Sul

Paulo Victor Chagas e Alex Rodrigues – Repórteres da Agência Brasil | 17/04/2016 09:16

Buscando manter a rotina no dia em que a Câmara dos Deputados decide sobre a admissibilidade do pedido de impeachment, a presidente Dilma Rousseff (PT) andou de bicicleta na manhã deste domingo (17) nos arredores do Palácio da Alvorada, em Brasília, sua residência oficial.

O exercício matinal da presidente ocorreu de forma diferente da usual. Dilma, que costuma andar de bicicleta por volta de 6 horas, saiu do Alvorada às 7h40 e encurtou o trajeto que geralmente costuma fazer.

Quando se dirigia a uma das saídas do palácio, acompanhada de seguranças, ela percebeu a presença dos jornalistas e desviou o caminho que geralmente costuma fazer. Dessa vez, saiu pela via principal de acesso ao Alvorada e passou em frente ao Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer, que tem protagonizado um embate público com ela nos últimos dias.

Abordada por um jornalista que registrou o evento, a presidente evitou conversas e respondeu apenas ao cumprimento de "Bom dia". Ela também procurou não olhar diretamente para as câmeras. O exercício, que costuma durar cerca de 50 minutos, foi cumprido em apenas 15.

Dilma deve passar o domingo no Alvorada, reunida com os ministros mais próximos, acompanhando a votação dos 513 deputados que vão aprovar ou rejeitar o parecer favorável ao prosseguimento do impeachment no Congresso.

Até as 9 horas de hoje (17), a agenda presidencial divulgada pela assessoria do Palácio do Planalto informava que Dilma não tem nenhum compromisso oficial agendado.

No entanto, ela deve receber assessores e ministros do seu núcleo duro como Jaques Wagner, do Gabinete Pessoal da Presidência, Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo, e José Eduardo Cardozo, Advogado-Geral da União.

Independentemente do resultado, Dilma ou um integrante do governo vai se manifestar após a votação, cuja previsão de término é por volta de 21h.

Para que a Câmara autorize o Senado a julgar as denúncias por crime de responsabilidade que podem levar ao impeachment da presidente serão necessários pelo menos 342 votos favoráveis – dois terços do total de 513 deputados. A votação está prevista para começar as 14h. Se a Câmara julgar admissível o processo, a palavra final sobre o futuro político da petista caberá ao Senado.

Nos últimos dois dias, a agenda de Dilma sofreu mudanças de última hora. Ontem (16), estava prevista a participação de Dilma em um ato promovido por movimentos populares contrários ao impeachment, no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília (DF). A participação da presidenta, no entanto, foi cancelada.

Na sexta-feira (15), Dilma já tinha cancelado o pronunciamento que faria em cadeia nacional de rádio e televisão. O Palácio do Planalto preferiu evitar novos conflitos antes da votação da Câmara. O partido Solidariedade anunciou que, se preciso, recorreria à Justiça para impedir a transmissão do pronunciamento. A legenda alegava que a iniciativa configuraria desvio de finalidade no uso da prerrogativa presidencial de convocar a rede para falar à nação.

O vice-presidente Michel Temer, que igualmente alterou sua agenda e viajou para Brasília nesse sábado (16), também não tem compromissos oficiais na agenda.

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