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Política

Ministro compara pandemia à guerra mundial, mas rejeita ação de rua por enquanto

Secretário de Saúde pediu reforço no efetivo em Jardim e o ministro disse que é preciso aprovação de medida pelo Planalto

Marta Ferreira e Jones Mario | 20/05/2020 12:50
O general Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa, durante visita ao HRMS nesta quarta-feira. (Foto: Marcos Maluf)
O general Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa, durante visita ao HRMS nesta quarta-feira. (Foto: Marcos Maluf)

Sem arsenal bélico, a guerra contra o novo coronavírus colocou em ação no Brasil mais militares do que o efetivo mobilizado na 2ª Guerra Mundial, da qual o País participou com a FEB (Força Expedicionária Brasileira). A comparação foi feita nesta manhã, em Campo Grande, pelo minisro da Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva, durante visita ao Hospital de Campanha montado no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul).

“São 30 mil  homens”, afirmou o general, para depois relembrar que na Segunda Grande Guerra o Brasil enviou 25 mil militares para o front. Indagado sobre o uso de tropa para ações de rua, como por exemplo para obrigar as pessoas a ficarem em casa, o ministro disse não achar necessário por enquanto. Para ele, as forças estaduais dão conta e não há necessidade, por ora, de medida mais extrema.

A palavra guerra para definir o enfrentamento foi usada também por dois secretários de Mato Grosso do Sul, o de Saúde, Geraldo Resende, e do Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira. Ambos agradeceram o apoio do Exército.

Geraldo, além disso, pediu reforço no efetivo destinado a Jardim, cidade vizinha a Guia Lopes da Laguna, que enfrenta explosão de casos de covid-19, com 118 registros, o segundo maior número do Estado . Em Jardim, já foram registrados 23 casos.

A solicitação é que os militares atuem em ações de isolamento social, cumprimento de regras estabelecidas e toque de recolher.

Trâmites – Sobre esse pedido, o ministro disse que há uma burocracia mais complexa a cumprir. Para ações que lembrem a fiscalização feita pelas polícias, as Forças Armadas só podem agir se houver a chamada GLO (Garantia de Lei e Ordem).

A prerrogativa de usar esse instrumento constitucional é do presidente da República.

Militares do Exército com roupa especial para descontaminação em hospital de campanha. (Foto: Marcos Maluf)
Militares do Exército com roupa especial para descontaminação em hospital de campanha. (Foto: Marcos Maluf)

Visita – O ministro veio a Campo Grande para acompanhar ações do CCO (Comando Conjunto do Oeste), um dos 10 organismos do tipo instalados pelas Forças Armadas no Brasil em período de pandemia.

Chegou às 11h10 e acompanhou o trabalho de 15 militares militares da Marinha e do Exército ficaram responsáveis pela primeira descontaminação realizada no hospital de campanha do HRMS desde a entrada da estrutura emergencial em vigor.

No local, foram aplicados quatro tipo produtos para desinfecção, solução de hipoclito de sódio, álcool 70, álcool isopropílico superfícies e detergente neutro. A decisão do que aplicar depende da superfície, como foi explicado à empresa no local.

A presença do ministro em Campo Grande marca os 60 dias da formação do CCO, a exemplo dos outros espalhados pelo país. Além de Campo Grande, o ministro militar visita nesta quarta-feira (20) a cidade de Cuiabá, no Mato Grosso.

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