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Política

MS vira único "refúgio tucano" e indica perfil conservador e moderado do eleitor

Das 79 prefeituras, o PSDB levou 44, seguido de vitórias importantes de partidos de direita

Por Silvia Frias | 07/10/2024 13:28
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
Arte: Bárbara Campiteli
Arte: Bárbara Campiteli

Dos 79 municípios em Mato Grosso do Sul, o PSDB conquistou 44 prefeituras e pode angariar mais uma, em São Gabriel do Oeste, onde a disputa está sub judice. O estado tornou-se um refúgio tucano, o que evidencia o destino de MS, de continuidade de conservadorismo moderado, na avaliação do cientista político Daniel Miranda.

No mapa eleitoral do Estado, figuram partidos de direita com melhores desempenhos nas eleições 2024. O PP elegeu 15 prefeitos, seguido do MDB, com dez vitórias, PL com cinco prefeituras, PSB com duas e PSD com uma. O PT, que tinha apenas João Alfredo Danieze como prefeito eleito, ficou sem prefeituras em MS, depois que ele não conseguiu se reeleger em Ribas do Rio Pardo, perdendo para Roberson, do PSDB.

Segundo Miranda, o protagonismo tucano se mantém diante do crescimento do movimento bolsonarista, que prospera no cenário nacional, mas não mantém o mesmo ritmo de desempenho em MS. Aqui, por exemplo, não há personagens radicais. “Aqui, a direita moderada conseguiu, com sucesso até agora, isolar a extrema direita eleitoralmente”, disse, explicando que muito desse resultado se deve à liderança de Reinaldo Azambuja, visto como grande articulador.

O cientista político diz que, em MS, o PSDB se manteve em crescimento, na contramão do PSDB nacional, “cada vez mais em declínio”, disse Miranda. No Estado, o partido venceu em colégios eleitorais importantes, como Três Lagoas e Dourados, embora tenha amargado derrota em Campo Grande, que ficou de fora do 2º turno.

Presidente do PSDB estadual Reinaldo Azambuja e o governador de MS, Eduardo Riedel em carreata em Maracaju (Foto: Hosana Lourdes)
Presidente do PSDB estadual Reinaldo Azambuja e o governador de MS, Eduardo Riedel em carreata em Maracaju (Foto: Hosana Lourdes)

A derrota de Beto Pereira é um fator ainda em estudo pelo cientista político. “O partido fez amplo arco de alianças, tinha tempo de TV, dinheiro, ele é uma pessoa experiente, teve boa votação em 2022, quer dizer, todos os ingredientes estavam ali”, listou. “Eu imagino que o eleitor de Beto seja, basicamente, o mesmo de Adriane. E, na reta final, tenha decidido dar mais uma chance para a prefeita”.

A derrota na Capital, embora amarga, não tira o sabor da vitória no resto do Estado. Além disso, ainda resta o eventual apoio do partido na campanha de Adriane Lopes no 2º turno, visto por Miranda como o caminho mais natural para a legenda. “E, a depender da aliança que fizerem com Adriane, podem ganhar força em Campo Grande, mesmo não tendo o prefeito”, diz, no caso de a progressista vencer a adversária, Rose Modesto (União).

Na análise nacional, a tendência da direita moderada se manteve. “Os partidos com maior número de candidatos eleitos às prefeituras são justamente aqueles que, apesar de majoritariamente alinhados à direita, sentam para conversar com os dois lados”, destacou o economista e cientista político Ricardo de João Braga, professor do curso de mestrado em Poder Legislativo da Câmara dos Deputados e coordenador do Congresso em Foco Análise.

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