Nem líder do prefeito Bernal assina e CPI do Hospital pode não ser criada
A tentativa dos vereadores José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, e Luiza Ribeiro (PPS) de criar a “CPI do Hospital Alfredo Abrão” pode acabar naufragando por falta de assinaturas necessárias. A Câmara tem 29 vereadores e, no mínimo, são necessárias 10 assinaturas, que representam um terço da exigência regimental para criação de Comissão Parlamentar de Inquérito.
Até mesmo do líder do prefeito Alcides Bernal, vereador Marcos Alex Azevedo de Melo, o Alex do PT, recusou-se a assinar o requerimento de CPI, deixando irritado o ex-governador Zeca do PT. Com a negativa, Alex contrariou até mesmo a vontade de seu chefe Bernal, que ontem defendeu que a Câmara, em vez de se preocupar em convocá-lo para prestar esclarecimentos sobre atos financeiros, criasse a CPI do Hospital Alfredo Abrão.
“Eu nunca fui defensor de CPI nos meus mandatos”, justificou o representante de Bernal na Câmara. “O Assunto é merecedor de CPI, mas lá na frente se tiver necessidade criaremos essa comissão”, defendeu Alex do PT.
Com sua atitude, Alex admitiu que estava contrariando dois lideres políticos importantes, o ex-governador Zeca do PT e o prefeito Alcides. “Sei que o Zeca saiu bravo da sessão. Sei também que o prefeito Bernal vai ficar bravo comigo”, declarou ele, argumentando, porém, que “o momento não é adequado” para criação de CPI.
Além de Alex do PT não ter apoiado ao pedido de CPI, até mesmo quem já tinha dado assinatura, pediu para que fosse retirada. O vereador Chiquinho Telles (PSD) revogou seu consentimento, depois que ouviu do colega Paulo Siufi (PMDB) protesto contra o pedido, alegando que não houve nem consulta à Comissão de Saúde da Câmara. O segundo vereador a retirar assinatura foi Gilmar da Cruz (PRB).
O requerimento para a instalação da CPI tinha sete assinaturas quando foi apresentado por Zeca do PT na sessão desta manhã. Chegou a ter mais duas adesões, mas também teve duas desistências, ficando portanto com o mesmo número, insuficiente para a criação da comissão. Assinaram Zeca do PT, Luiza Ribeiro (PPS), Cazuza (PP), Valdecir Chocolate (PP), Eduardo Romero (PT do B), Paulo Pedra (PDT) e Alceu Bueno (PSL). Havia expectativa de que Gilmar Araújo (PT) também assinasse.