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Política

Pré-candidatos mostram como inserir inteligência artificial no serviço público

Propostas delegam tarefas repetitivas à tecnologia e destacam importância do servidor

Aline dos Santos | 30/06/2022 12:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
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A inteligência artificial se faz presente em diversos segmentos em Mato Grosso do Sul. No Tribunal de Justiça, o mês de maio de 2022 foi marcado pela chegada do primeiro trabalhador digital do Poder Judiciário, batizado de robô Xian.

Desta forma, as tarefas que não demandam análise foram terceirizadas para o robô. O Xian realiza suas atividades em 75 segundos enquanto um servidor levaria 15 minutos com as mesmas tarefas.

De acordo com o Tribunal de Justiça, uma conta simples pode mostrar a praticidade da utilização da tecnologia: um servidor realiza seis tarefas em uma hora de trabalho enquanto o robô 120 dessas mesmas ações, no prazo igual. Em 30 dias, um servidor pode contabilizar 135 ações e o Xian chega a 3.600.

Do campo jurídico também surgiu startup que unifica jurisprudência de diversos tribunais e possibilita a pesquisa por meio de inteligência artificial. A plataforma foi desenvolvida com suporte da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul), dentro do Programa Centelha, que investe em ideias inovadoras.

Pelo Estado, a inteligência artificial também se ramifica em planta de fábrica de celulose, sendo um dos diferenciais da unidade em construção no município de Ribas do Rio Pardo, aos confins do Pantanal.

No bioma, a detecção precoce de incêndio ocorre por meio de algoritmo de inteligência artificial que, a partir do envio de imagens por câmeras de alta resolução instaladas no topo de torres de comunicação, identifica focos de fogo de forma automática e notifica os operadores do sistema.

Diante do avanço da tecnologia, que leva a inteligência artificial do Poder Judiciário ao distante Pantanal, o Campo Grande News questionou quais as propostas para modernizar o Estado e tornar os servidores públicos mais eficientes.

Giselle Marques (PT)

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A inteligência artificial é uma ferramenta que contribui para a eficiência administrativa pois permite otimizar o desempenho das tarefas repetitivas, liberando os servidores públicos para pautas mais importantes, que exijam criatividade, facilitando a prestação de serviços com mais eficiência e qualidade. Como advogada, vivi intensamente esse processo, pois me formei em 1989, quando ainda usávamos a máquina de escrever manual. Depois vieram as elétricas, as eletrônicas, e por fim o computador.

Atuei por duas décadas em processos judiciais de papel; na terceira, a maioria deles passou a ser virtual. A inteligência artificial, no entanto, só funciona com internet de qualidade. Estou percorrendo o interior do estado, e percebo que o sinal nos municípios é bem inferior à qualidade experimentada na capital. Como governadora, pretendo atuar junto com o presidente Lula para melhorar isso, ampliando as telecomunicações no interior, e levando o sinal de internet aos assentamentos, às aldeias indígenas, aos bairros de periferia.

A inclusão digital deve ser vista como direito fundamental, e é preciso que o Estado garanta o acesso, permitindo a todas as pessoas a inserção na sociedade da informação. Com as desigualdades sociais, as pessoas mais pobres ficam excluídas da era digital.

Pretendo articular linhas de crédito para a aquisição de celulares e computadores com acesso à internet, e incluir no orçamento público recursos para que os professores e estudantes da rede pública possam receber um “notebook”, e frequentar cursos de capacitação e formação no uso das novas tecnologias. O analfabetismo digital deve ser combatido, e isso se faz com políticas públicas.

André Puccinelli (MDB)

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Todo avanço tecnológico, na medida do possível, tem que ser incorporado às várias frentes da administração pública. Sempre fui um apaixonado por novas tecnologias. Quando prefeito coloquei computadores, a grande novidade da época, nas escolas da nossa capital. Eu queria, e sabia, que precisávamos iniciar a nossa molecada, meninos e meninas, no universo dos computadores. Eram aqueles computadores grandões, que pesavam 20 quilos ou quase isso. Um computador para cada duas crianças nas escolas.

Depois, no Governo do Estado, a mesma coisa. Procuramos informatizar, diminuir a dependência de papel, tornar o serviço mais ágil, as respostas mais rápidas e o governo mais eficiente. Quero ressaltar que sempre tive o apoio indiscutível dos funcionários públicos na implantação das novidades. Agora, com a chegada da inteligência artificial, vamos agir da mesma maneira. Usar a tecnologia a nosso favor, os programas, os aplicativos, os robôs e tudo que facilitar, agilizar o serviço prestado à população.

Esse é um caminho sem volta. O importante é não colocar o robô no lugar dos homens e mulheres que tanto lutam para atender bem a população. O atendimento personalizado, o carinho, o respeito e a atenção, não podem ser substituídos por um robô. A tecnologia não vai fechar vagas, vai auxiliar o trabalho do funcionário, tornar mais rápida a solução dos problemas, as informações e as decisões. Muitas das tarefas, que hoje ocupam um tempo enorme de um funcionário, podem ser executadas pela inteligência artificial a partir de uma base de dados.

Como disse, esse é um assunto que ainda está sendo estudado pela minha equipe de planejamento. Qualquer detalhe que eu der agora pode ser mudado mais tarde ou daqui a alguns meses. O importante é que estou atento e vou implementar todas as medidas que facilitem o dia a dia dos funcionários e que os ajude a atender melhor a população.

Marquinhos Trad (PSD)

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 A inovação e a tecnologia são fundamentais para melhorarmos os processos no âmbito da administração. A inteligência artificial vem sendo desenvolvida há muitos anos para facilitar a interação do ser humano com processos tecnológicos e, obviamente, o Estado deve estar atento para toda inovação que traga celeridade e eficiência aos serviços oferecidos à população. Em Campo Grande já mostramos a importância da tecnologia para o desenvolvimento em todos os setores. E vamos fazer isso também no Mato Grosso do Sul.

No entanto, mesmo com tanta tecnologia, não acreditamos que, no curto e médios prazos, as máquinas possam substituir as pessoas. O capital humano que os servidores representam é insubstituível. Máquinas não são capazes de perceber o que diz o olhar das pessoas. Nossos servidores, capacitados e valorizados, sim. Porque nosso foco está nas pessoas, que querem um serviço melhor e que suas demandas sejam resolvidas com eficiência, não apenas automatizado, e sim resolvido.

Por isso, vamos usar todas as ferramentas possíveis para atender a essa necessidade. Ao implementar novos meios tecnológicos como a IA (inteligência artificial), precisamos que nossos servidores estejam capacitados para operar esses meios e entregar à população mais e melhores serviços, e é isso que vamos fazer: capacitar os servidores para atenderem essas demandas.

Capitão Contar (PRTB)

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De um lado temos a insatisfação da população com a qualidade dos serviços prestados pelo Poder Público, de outro lado temos servidores públicos dedicados, que lidam com a burocracia, indisponibilidade de recursos, insumos, equipamentos e ferramentas de tecnologia, ou seja, pontos essenciais para melhoria da gestão e dos serviços públicos. Processos administrativos totalmente digitais, integração de todos os sistemas de governo e disponibilização de uma plataforma de acesso dos serviços disponíveis ao cidadão, são algumas questões que precisam ser enfrentadas.

Durante meu mandato como Deputado Estadual, sempre defendi a transparência na Gestão, para que até o mais simples processo de compra ou contratação seja 100% disponibilizado em Portais de Transparência do Poder Executivo.

Apresentei projeto para transparência na fila de espera do SUS, para que o cidadão pudesse acompanhar os atendimentos de exame, cirurgias e atendimentos. Isso não só permitiria o acompanhamento das ações pelos pacientes, mas também facilitaria a visão dos pontos que precisam de maior atenção, investimentos e parcerias, com o fim de promover agilidade nos atendimentos. Outro projeto que promoveria modernização é a disponibilização de aplicativo para que a população possa ter acesso ao estoque de medicamentos disponibilizados pela Rede Pública de Saúde, bem como informações de quais medicamentos estão em falta.

No quesito segurança para as mulheres, apresentei o projeto que visa dar maior agilidade no atendimento de mulheres vítimas de violência doméstica, por meio de um aplicativo que permitiria além da localização da vítima pela polícia, acionar mais 2 números de conhecidos próximos.

Rose Modesto (União Brasil)

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Governar, para mim, é cuidar de gente. Um bom governo é aquele que atende às necessidades das pessoas com responsabilidade, eficiência e equidade. A tecnologia contribui positivamente com a gestão pública quando proporciona economia, agilidade e melhora o dia a das pessoas. Mas, ela pode ser um caminho ruim quando promove competitividade tóxica ou põe em risco a segurança da gente. Por isso, o governante precisa fazer a escolha certa.

Nos encontros do “MS Que Queremos”, a população apontou serviços que podem ser aprimorados com inovações tecnológicas, como o monitoramento eletrônico na segurança pública, a automatização dos serviços na coleta fiscal e até procedimentos da saúde. Nosso primeiro passo será mapear a gestão para identificar onde a inteligência artificial poderá melhorar o atendimento da população, apoiar o servidor na prestação de serviços e diminuir o déficit de pessoal com a relocação de técnicos para outras áreas. Agora, nossas escolas pararam no tempo.

As tecnologias em sala de aula são ultrapassadas. Hoje, há ferramentas didáticas disponibilizadas on-line que apoiam tanto o professor, no planejamento de aulas, quanto o estudante, com conteúdos atrativos. Vamos modernizar a educação, com novos computadores e portal de ensino moderno. Na saúde, queremos levar a telemedicina para o interior, para diminuir as filas de consultas com especialistas. Esses dois projetos são de imenso benefício para a população. Vamos financiá-los com recursos do estado e da União. Tecnologia só faz sentido se oferece qualidade de vida para todos.

Eduardo Riedel (PSDB)

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Neste momento de pré-campanha estamos percorrendo o Estado conversando com as pessoas no intuito de ouvir suas demandas, as prioridades que servirão para o alicerce da construção do plano de governo que será apresentado à sociedade e justiça eleitoral no momento oportuno.

O avanço tecnológico que incluiu a inteligência artificial (IA) nos processos de produção e de gestão é fundamental para o desenvolvimento de vários setores do poder público e também da economia. Para usufruirmos destes avanços serão necessários investimentos maciços em infraestrutura digital e na qualificação profissional.

Além de melhorar a oferta de internet nos 79 municípios sul-mato-grossenses com a implantação de rede de fibra ótica, a Parceria Público-Privada Infovia Digital é um ponto de partida neste processo, dando mais competitividade ao Estado na atração de novos investimentos e capacitando nossa infraestrutura para o uso da IA.

A Infovia disponibilizará serviços de transmissão de dados de alta capacidade e velocidade por meio de uma rede de fibra óptica para 1.500 unidades administrativas do Governo do Estado, como escolas, unidades de saúde e segurança pública, em todo o Mato Grosso do Sul.

Aliada à infraestrutura está a necessidade de qualificar ainda mais os servidores públicos para fazer frente às necessidades operacionais destas novas tecnologias e, também, para estabelecer políticas de migração de empregos, necessárias diante desta revolução tecnológica. Para isso é necessário construir parcerias com a iniciativa privada e com as entidades que atuam na qualificação profissional, especialmente o Sistema S.

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