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Política

Prefeitos contestam Censo e cobram lei contra perdas

Números divulgados pelo IBGE impactam 12 cidades na queda de receita do Fundo de Participação dos Municípios

Gabriela Couto | 28/06/2023 19:10
Presidente da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul, Valdir Couto Júnior (PSDB). (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Presidente da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul, Valdir Couto Júnior (PSDB). (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Os números do Censo divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) vão impactar diretamente no repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) de 12 cidades do Estado.

Segundo os dados confirmados nesta quarta-feira (28), alguns municípios do interior reduziram em quantidade de habitantes. A população faz parte do cálculo para definir o valor do repasse do governo federal para estados e municípios.

A situação retoma uma briga dos prefeitos que começou em dezembro do ano passado, quando o IBGE divulgou a expectativa dos dados que se confirmaram hoje.

Na época, a CNM (Confederação Nacional dos Municípios) judicializou no STF (Supremo Tribunal Federal) e conseguiu o valor retroativo do repasse do fundo, conforme os dados do Censo antigo.

Neste período, os prefeitos se organizaram e conseguiram que o Congresso Nacional aprovasse a Lei 139/2022, que congela o valor do repasse do FPM para os próximos dez anos.

A medida já foi utilizada outras três vezes. Agora, pode ser novamente acionada, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancione a lei até o dia 17 de julho.

Os prefeitos já entregaram o pedido para Lula na semana passada e estão aguardando. A outra alternativa seria judicializar novamente nos próximos 20 dias.

“Estamos aguardando com otimismo que a 139/2022 seja sancionada. Como os números saíram hoje, a CNM ainda não reuniu com os prefeitos para tomar uma decisão”, explicou o presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), Valdir Couto Júnior (PSDB).

Chefe do Executivo de Nioaque, ele questiona os números do Censo. No município, o número de unidades habitacionais passou de 4,5 mil para 7,5 mil, porém, a população estimada caiu, de 14.391 para 13.220 pessoas. "É duvidoso, tem mais unidade, mas perdeu mil habitantes".

Outro exemplo é Camapuã, a 119 km de Campo Grande, por falta de dois habitantes, o município terá redução no valor do FPM. Além disso, serão impactados com o Censo as cidades de Anastácio, Bela Vista, Coronel Sapucaia, Corumbá, Ladário, Maracaju, Naviraí, Paranhos, Ponta Porã, Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo e Sonora.

O FPM é repassado às prefeituras a cada dez dias e é utilizado para a composição das receitas. O fundo está garantido no artigo 159 da Constituição Federal e é composto de 22,5% da arrecadação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados. A distribuição dos recursos aos municípios é feita de acordo o número de habitantes.

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