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Política

Prefeitura pede de volta área em região nobre doada para sindicato e igreja

Terrenos foram doados em 2015, mas, conforme o prefeito, espaços não devem ser direcionados para alguns; ideia é que todas cedências sejam revistas

Mayara Bueno | 12/09/2017 12:15
Área doada para entidades. Terreno fica na Avenida Raul Pires Barbosa. (Foto: Marina Pacheco).
Área doada para entidades. Terreno fica na Avenida Raul Pires Barbosa. (Foto: Marina Pacheco).
Marquinhos Trad (PSD), prefeito de Campo Grande.
(Foto: João Paulo Gonçalves).
Marquinhos Trad (PSD), prefeito de Campo Grande. (Foto: João Paulo Gonçalves).

Doadas em 2015 para o Setlog (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul) e Arquidiocese de Campo Grande, duas áreas que somam 7 mil metros² no bairro Chácara Cachoeira, região nobre da Capital, devem ser retomadas pelo município.

É que o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), enviou ao Legislativo municipal os projetos de leis que pedem a revogação dos decretos de doação emitidos na gestão passada.

Para o sindicato, a doação foi de um terreno com 2 mil metros² e para Arquidiocese uma área de 5 mil metros² por meio de permuta. Neste espaço seria construída a Igreja Nossa Senhora da Abadia. No primeiro local, seria erguida uma escola de formação para motoristas.

"A área não é do prefeito, sim do município. Não é para dar. Porque direcionar para um sindicato ou entidade", disse o chefe do Executivo municipal ao Campo Grande News. Conforme o prefeito, já foi determinado um estudo para saber quantos espaços públicos foram doados para entidades e sindicatos. A ideia, afirma, é retomar todos eles.

Para que de fato os decretos serem revogados, a Câmara Municipal precisa autorizar, assim como aprovou as doações no passado. Marquinhos pretende conversar com o presidente da casa de leis, vereador João Rocha (PSDB), para justificar a revogação.

Caso a medida seja validada, os responsáveis pelas entidades "devem procurar a Justiça", se sentirem que foram prejudicados.

Cruz no espaço onde seria instalada a igreja. (Foto: Marina Pacheco).
Cruz no espaço onde seria instalada a igreja. (Foto: Marina Pacheco).
Espaço permanece sem construção. (Foto: Marina Pacheco).
Espaço permanece sem construção. (Foto: Marina Pacheco).

Outro lado - A reportagem conversou com o presidente do Setlog, Claudio Cavol, que disse lamentar a decisão do prefeito, mas que a entidade ainda avalia qual medida vai tomar.

"Não entendemos esta posição. A área estava parada há anos, nunca foi ocupada e seria destinada (a doação) ao bem comum", disse, explicando que o espaço serviria para construção de uma escola de formação de motoristas.

Até então, nada foi erguido na área, pois o sindicato aguardava a autorização de ocupação do local. Ainda de acordo com o dirigente, a instituição de formação era necessária, pois existe urgência em formar motoristas com capacidade de dirigir veículos que transportam grandes quantidades de mercadorias e passageiros.

A reportagem tentou conversar com a Arquidiocese para saber o posicioanmento sobre o pedido de revogação da doação, mas a ligação não foi atendida.

Reintegração - O processo de doação começou na gestão de Alcides Bernal (PP), mas foi homologado por Gilmar Olarte. Este último, inclusive, recebeu um terreno para construir a sede de sua igreja, a Adna.

Em 2016, a Justiça entendeu que havia interesse particular na cendência do espaço, não o bem comum. O Poder Público não pode ceder uso de uma área pública ao privado, ainda mais se tratando de grpo religioso, argumentou na época. A área está localizada na Avenida Gunter Hans, Bairro Coophamat.

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