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Política

Produtores querem retaliação a países que suspenderam exportações

Grandes frigoríficos suspenderam abates, após operação da Polícia Federal apontar irregularidades na produção de carnes no País

Richelieu de Carlo | 23/03/2017 13:53
Francisco Maia discursa na tribuna da Câmara Municipal. (Foto: Richelieu de Carlo)
Francisco Maia discursa na tribuna da Câmara Municipal. (Foto: Richelieu de Carlo)

A principal consequência da Operação Carne Fraca, feita pela PF (Polícia Federal) semana passada, para o mercado da pecuária em Mato Grosso do Sul foi a suspensão de abates, causada pela recusa de países em importar carne brasileira. Com isso, produtores defendem que o Brasil bloqueie mercadorias de algumas dessas nações, a começar pelo Chile.

Essa intenção foi apresentada pelo presidente da Fenapec (Frente Nacional da Pecuária), o produtor rural e empresário sul-mato-grossense Francisco Maia, que discursou na Câmara Municipal de Campo Grande, nesta quinta-feira (23). Ele apresentou as dificuldades apresentadas pelo setor e pediu apoio dos parlamentares para reverter essa situação.

“De imediato, aconteceu a suspensão na escala de abates dos grandes frigoríficos, que só estão fazendo as escalas que já estavam comprometidas anteriormente”, relatou Francisco Maia, sobre as consequências, após os resultados da operação da PF virem a público.

O presidente da Fenapec explica que quem mais sofre com a queda das exportações são os produtores de frango. “Você tem que abater o frango em até 40 dias, passou disso, ele é economicamente inviável”.

Com isso, Francisco Maia defende que o País adote “práticas do mercado internacional” e bloqueie mercadorias de países que suspenderam a importação de carne brasileira, começando pelo vizinho Chile. “No meu entendimento, temos que retaliar começando pelo Chile. O Chile tem entendimento da sanidade do nosso gado, ele só acompanhou a onda. Devemos impor barreiras aos produtos chilenos”.

As conseqüências na queda das importações poderão ser sentidas por toda a cadeia produtiva e causar desemprego, diz Maia. “É uma cadeia imensa, pode afetar o preço dos grãos, como o milho, que serve de ração. É o setor que mais emprega, são 30 mil empregos diretos”.

Prejuízos - De acordo com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o Brasil poderá ter um prejuízo de até US$ 1,5 bilhão por ano com os desdobramentos da operação Carne Fraca, da PF (Polícia Federal). “Os prejuízos que vamos ter serão muito grandes”.

Segundo ele, a média diária de exportação brasileira de carnes é de US$ 63 milhões e ontem (21) ficou em US$ 74 mil. “Estamos falando de números estratosféricos. Não sabemos o tamanho da pancada que vamos levar ainda”.

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