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Política

Reinaldo, ausente, e Mochi, viram alvos de críticas em debate no interior

Concorrentes criticaram ausência do governador no debate da Rádio Grande FM em Dourados; Mochi foi acusado de esconder seu partido e de proteger ações do governo na Assembleia

Helio de Freitas, de Dourados | 18/09/2018 00:27
Candidatos ao governo ao lado de espaço destinado a Reinaldo, vazio com ausência de governador (Foto: Eliel Oliveira)
Candidatos ao governo ao lado de espaço destinado a Reinaldo, vazio com ausência de governador (Foto: Eliel Oliveira)

Ausente no segundo debate consecutivo, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) virou alvo de críticas dos concorrentes ao governo do Estado na noite desta segunda-feira (17) em Dourados, a 233 km de Campo Grande.

O candidato do MDB Junior Mochi também foi bombardeado, principalmente pelo candidato João Alfredo (PSOL), no debate promovido pela rádio Grande FM. Além dele e João Alfredo, participaram Marcelo Bluma (PV), Humberto Amaducci (PT) e Odilon de Oliveira (PDT).

Na abertura do debate, realizado no auditório da unidade I da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), o mediador, Amarildo Ricci, leu a carta enviada pela assessoria de Reinaldo Azambuja informando que não participaria do evento por “compromisso de última hora” em Brasília.

A ausência foi lamentada pelo mediador, que durante as três horas do debate – começou às 20h e terminou às 23h – repetiu que a participação de Reinaldo estava confirmada até às 17h desta segunda.

Nem mesmo o candidato a vice na chapa de Reinaldo, o ex-prefeito Murilo Zauith (DEM), escapou das críticas por não comparecer ao debate ao menos como expectador.

O candidato do PSOL lembrou que Murilo, mesmo morando em Dourados, não foi ao local. “Mora longe", brincou Marcelo Bluma. A residência de Murilo Zauith fica a menos de mil metros do local do debate, em área nobre da cidade.

O atual governo também foi duramente criticado pela falta de segurança na fronteira e pela terceirização da saúde. Odilon disse que o DOF (Departamento de Operações de Fronteira) tem atualmente o mesmo efetivo de 1989, quando foi criado, com o nome de GOF.

Vostok – A operação feita há uma semana pela Polícia Federal com base nas delações dos executivos da holding J&F, controladora da JBS, também foi pauta obrigatória no debate em Dourados.

Quando Odilon fez pergunta a Marcelo Bluma sobre a operação, o candidato do PV disse, em tom de brincadeira, que o juiz aposentado quer fazer intriga dele com Reinaldo Azambuja.

Na tréplica, Odilon disse que os quase R$ 70 milhões que teriam sido pagos como propina dariam para construir 1.000 casas, “enquanto pessoas passam fome e moram com cobras embaixo da ponte como se ratos fossem”.

AL – Como atual presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi foi apontado como aliado do atual governo e acusado de esconder seu partido, o MDB. “Ele é do MDB, ele não fala, mas ele é do MDB”, afirmou João Alfredo, emendando que os recursos estaduais são mal administrados e “tudo passa pelo Legislativo, passa meu Mochi”.

Marcelo Bluma emendou: “Mochi esconde o MDB, mas é companheirão do Marun. É feio esconder na campanha e depois sai companheiro do armário”.

Por causa das acusações de esconder seu partido, o candidato do MDB ganhou direito de resposta no bloco seguinte: “Tive apenas um partido político na minha vida. Não escondi e não escondo. Não sou como uns por aí que trocam de partido igual trocam de roupa”.

Traição política - O candidato do PV disse que existe há anos uma “panelinha” na Governadoria para fraudar licitações. Segundo ele, por isso há tanta promiscuidade política na atual campanha.

“Tem candidato a senador dormindo com candidato de outro partido. Vagabundagem política, traição. Depois da eleição o que vai sair? Destruição da política. Ninguém liga pra mais nada. Vá cornear a mulher do vizinho. Na minha coligação, não. Se eu pegar candidato da minha coligação pedindo voto pra outro eu boto pra fora”.

“Não me confunda com o partido. Sou Júnior Mochi e ainda não fui governador”, afirmou o candidato do MDB diante das comparações de seu eventual governo com o de André Puccinelli, que está preso.

“O MDB de 2014 apoiou o 45 de 2018. Quatro anos de pura omissão, agora vem pagando de mocinho”, questionou João Alfredo.

Mochi rebateu e disse que o candidato do PSOL o critica porque não sai de 2% nas pesquisas. “Não estou preocupado se tenho 2 ou 16%. Estou preocupado em fazer o que o eleitor precisa”.

Caso Jedeão – Humberto Amaducci questionou Odilon de Oliveira sobre o escândalo envolvendo seu ex-braço-direito na Justiça Federal por duas décadas, Jedeão de Oliveira, acusado de desviar dinheiro de ações judiciais enquanto trabalhava com o juiz.

“É um criminoso descoberto em flagrante que foi expulso por mim. Criminoso que surge dois anos depois a mando de alguém e faz ataques. Tomei todas as providências e não promovi como ocorreu com Márcio Monteiro [ex-secretário de Fazenda Márcio Monteiro, atual conselheiro do Tribunal de Contas e preso na Operação Vostok]”, afirmou Odilon.

O procurador regional eleitoral de Mato Grosso do Sul, Marcos Nassar, determinou que a Policia Federal abra inquérito para apurar as denúnciais feitas por Jedeão de Oliveira em relação ao juiz federal aposentado e candidato a governador de Mato Grosso do Sul, Odilon de Oliveira (PDT).

Jedeão, que foi funcionário de confiança por mais de 20 anos de Odilon, acusou o juiz de vender sentenças, arquitetar negociatas para beneficiar traficante e manipulação de dados para majorar número de apreensões.

Debate entre cinco dos seis candidatos ao governo de MS aconteceu na noite desta segunda em Dourados (Foto: Eliel Oliveira)
Debate entre cinco dos seis candidatos ao governo de MS aconteceu na noite desta segunda em Dourados (Foto: Eliel Oliveira)
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