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Política

Resende diz que vai comunicar Cunha sobre mudança de partido pelo WhatsApp

Deputado douradense disse que permanência no PMDB ficou insustentável por cobrança nas ruas sobre aliança com PT

Helio de Freitas, de Dourados | 18/03/2016 15:42
Geraldo Resende em entrevista coletiva ao lado do presidente da Câmara, Idenor Machado, que também se filiou ao PSDB (Foto: Eliel Oliveira)
Geraldo Resende em entrevista coletiva ao lado do presidente da Câmara, Idenor Machado, que também se filiou ao PSDB (Foto: Eliel Oliveira)

O deputado federal Geraldo Resende, que se filiou ontem ao PSDB, negou que sua mudança de partido tenha sido decidida em Brasília, em um acordo político com a participação do senador Aécio Neves (PSDB/MG) e do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB/RJ). Boatos que circulavam em Dourados, base eleitoral de Geraldo Resende, indicavam que a troca seria para fortalecer a base a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

“Não tenho proximidade com o Eduardo Cunha. O presidente da Câmara vai ficar sabendo da minha mudança de partido pela internet, pelo grupo que nós deputados fazemos parte”, afirmou Resende em entrevista coletiva na tarde de hoje (18), em seu escritório político em Dourados, a 233 km de Campo Grande.

O deputado disse que “não deve satisfações” à cúpula nacional do PMDB, mas faz questão de conversar com o vice-presidente Michel Temer, “que sempre me respeitou”, para dizer a ele os seus motivos para deixar o PMDB.

Cobrado nas ruas – Geraldo Resende afirmou que o principal motivo para a decisão de deixar o PMDB para retornar ao PSDB – partido que ajudou a fundar, em 1988, e foi o filiado número 1 em Dourados – foi a indefinição da legenda peemedebista sobre o rompimento com o governo petista.

“Fiz campanha para o Aécio Neves em Mato Grosso do Sul, fui o único deputado do PMDB que subiu no palanque dele aqui, comandei a campanha do segundo turno do governador Reinaldo na região de Dourados. Deixei claro para o PMDB que não estava contente com a permanência do partido no governo porque estávamos sendo cobrados nas ruas pelas pessoas, principalmente em Mato Grosso do Sul, onde a rejeição ao PT é ainda maior”, afirmou.

PMDB de MS – Geraldo disse que antes de tomar a decisão de deixar o PMDB conversou com os principais líderes do partido em Mato Grosso do Sul, entre eles o ex-governador André Puccinelli e o senador Waldemir Moka. “Na conversa com o André cheguei a me emocionar, porque foram dez anos de luta juntos. Tenho sentimento de gratidão ao ex-governador pela parceria e pelos ensinamentos”.

O deputado afirmou que já começou a conversar com os ex-companheiros de partido, na tentativa de ter o PMDB como seu aliado para disputar a prefeitura de Dourados em outubro deste ano. “Hoje mesmo já conversei com o deputado Renato Câmara”.

Mesmo com a decisão da direção estadual peemedebista de manter o projeto de candidatura própria em Dourados, tomada em reunião hoje de manhã em Campo Grande, Geraldo afirma que vai tentar uma aliança para as eleições deste ano.

Marçal Filho – Geraldo Resende disse que já conversou com o ex-deputado Marçal Filho, que se filiou ao PSDB no ano passado para ser candidato a prefeito, e que “existe grande chance” de o radialista permanecer no partido e apoiar sua candidatura. “Acredito que vamos caminhar juntos”.

O agora tucano Geraldo Resende reforçou sua opinião favorável ao impeachment da presidente Dilma. “Penso que teremos impeachment e novas eleições para presidente da República junto com a eleição de prefeito e vereador”.

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