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Política

Servidores dão prazo para prefeito pagar abono cortado

Nícholas Vasconcelos | 31/01/2013 21:31
Servidores se reuniram com o sindicato na noite de hoje. (Foto: João Garrigó)
Servidores se reuniram com o sindicato na noite de hoje. (Foto: João Garrigó)

Os servidores municipais de Campo Grande deram prazo até o dia 7 de fevereiro para que o prefeito Alcides Bernal (PP) pague o abono salarial cortado de 1,3 mil funcionários das secretarias de Educação e Administração. A decisão foi tomada na noite de hoje em uma assembleia no (Sindicato dos Servidores e Funcionários Municipais de Campo Grande).

Eles tiveram os abonos do programa Profuncionário cortados da folha do mês de janeiro. Esse bônus é um pagamento para a capacitação dos funcionários e varia de R$ 150 a R$300.

Foi aprovado que se a Prefeitura não regularizar a situação até o 5º dia útil de fevereiro, a categoria convocará uma assembleia para o dia 15 e no dia 18, uma nova reunião será marcada e os funcionários darão um prazo de 48 horas para o pagamento.

“Passada as 48 horas, vamos convocar greve geral para o dia 21 de fevereiro”, disse o presidente do Sisem, Marcos Tabosa.

Segundo Tabosa, será encaminhado um oficio nesta sexta-feira (1°) para Bernal comunicando os prazos estabelecidos e informando a decisão da reunião.

“Estou com medo, porque sem o abono eu vou ganhar R$ 400”, revelou a auxiliar de serviços diversos Liene Caetano, 37 anos.

O sindicato alertou para a situação dos secretários escolares, que em Campo Grande ocupam um cargo de confiança, e podem não ter tido os contratos renovados. Pela Lei, no dia 31 de dezembro o ex-prefeito Nelson Trad Filho (PMDB) exonerou todos e deveriam ter sido recontratados pela atual administração.

“Quero estar errado, mas se eles não foram, vão perder alem dos R$ 200 o abono pelo cargo, vão ficar só com o salário base”, disse o presidente.

A categoria culpa a atual situação pela demora na montagem de equipes de transição pelo novo prefeito. “A culpa é dele não ter montado uma equipe de transição para as secretarias da Administração e da Educação”, explicou Tabosa.

Durante a assembleia, não faltaram criticas a atual administração que foi acusada de coagir servidores, transferindo funcionários de setor e ameaçando que participasse da reunião.

“Lá na Central falaram que não era para vir aqui no sindicato, porque toda ação tem uma reação”, disse uma servidora que não quis se identificar por medo de represálias.

Leitores denunciaram ao Campo Grande News que depois da manifestação no dia 25, servidores da Central de Atendimento ao Cidadão começaram a ser transferidos.

“Ele fala que valoriza as pessoas, mas servidor tambem é população. 90% dos servidores votaram no Bernal, na esperança de mudança, e a esperança virou medo”, disparou o representante dos servidores.

Segundo Tabosa, o secretario de administração Ricardo Ballock disse não reconhecer a instituição como representantes dos trabalhadores da Prefeitura. “Ele pode não me reconhecer como representante, mas ele tem de respeitar os 15 mil servidores municipais”, respondeu o líder sindical.

A capacitação Profuncionário é um programa do Governo Federal para os funcionários públicos, onde eles são capacitados para ser tornarem técnicos. “O Ballock precisa entender que a capacitação é para valorizar o funcionário, que o Governo Federal quer que o funcionário vire um técnico. Cortando o abono, ele impede o servidor de atender melhor a população”, explicou.

Representantes do sindicato denunciaram ainda a existência de uma comunicação interna, expedida pela secretaria de Administração, que impede a entrada do presidente do Sindicato de entrar nas escolas municipais e postos de saúde.

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