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Política

Vander utilizou parte de propina para pagar dívidas de campanha, diz PGR

Michel Faustino | 13/01/2016 14:20
Vander teria utilizado valor de propina para pagar a dívida de campanha à prefeitura de Campo Grande, em 2012. (Foto: Arquivo)
Vander teria utilizado valor de propina para pagar a dívida de campanha à prefeitura de Campo Grande, em 2012. (Foto: Arquivo)

O deputado federal pelo PT de Mato Grosso do Sul, Vander Loubet, teria utilizado parte dos valores cooptados junto aos desvios da BR Distribuidora para pagar dívidas de sua campanha à eleição municipal de Campo Grande em 2012, conforme denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República). A informação foi divulgada nesta quarta-feira (13) pelo jornal Folha de S. Paulo, que teve acesso a trecho da denúncia.

O deputado Vander Loubet e outras quatro pessoas, entre elas a esposa, Roseli da Cruz Loubet, e o cunhado Ademar Chagas da Cruz são acusadas de terem recebido propina com valores acima de R$ 1 milhão entre os anos de 2012 e 2014. O ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos, ligado ao senador Fernando Collor (PTB-AL), e Fabiane Karina Miranda também foram denunciados.

A Procuradoria pede que o parlamentar seja condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e por fazer parte de uma organização criminosa. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavaski, relator da Lava Jato, ainda vai decidir se aceita ou não a denúncia.

O jornal Folha de S. Paulo revelou que o trecho da denúncia contra Vander cita ainda que o ex-presidente Lula concedeu poder ao senador Fernando Collor (PTB-AL) na BR Distribuidora, em troca de apoio ao governo no Congresso.

O procurador afirma que em troca de apoio à base governista no Congresso, Fernando Collor de Mello,obteve do então presidente da República "ascendência" sobre a Petrobras Distribuidora.

O procurador destaca que, Collor nomeou os responsáveis pela diretoria da rede de postos de serviços, Luis Claudio Caseira Sanches, e pela diretoria de operações e logística, José Zonis. Essas diretorias serviriam de base para o pagamento de propina a Collor.

Janot também afirmou que quando parte da BR foi entregue ao senador Collor, a presidência era ocupada por Lula, do PT, e que por isso outra parte da estatal foi reservada ao Partido dos Trabalhadores, que fez duas indicações. Uma delas, a de Nestor Cerveró, para a diretoria financeira da empresa.

Em seu depoimento, Cerveró afirmou que em razão de ter viabilizado a contratação da empresa Schain como operadora da sonda Vitória 10000, ainda quando era diretor da área internacional da Petrobras, havia um sentimento de gratidão em relação a ele. E que, como reconhecimento, Lula decidiu indicá-lo para uma diretoria da BR Distribuidora.

A denúncia cita várias vezes o ex-ministro de Fernando Collor, Pedro Paulo Leoni Ramos, apontado como operador particular do senador no esquema. Segundo Janot, era alguém que agia com liberdade para implantar o que o procurador chama de um complexo esquema criminoso na empresa e que cobrava uma espécie de pedágio de quem tentasse fechar contratos com a BR Distribuidora.

O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria do deputado Vander Loubet que disse que ele só vai se manifestar depois de terem acesso ao documento.

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