Vereadores criticam Alcides Bernal por ameaça a opositores
Durante mutirão de limpeza no bairro Noroeste nesta manhã, vereadores mostraram que não digeriram bem a declaração do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), dada no sábado (19), quando afirmou que não teria dificuldade em divulgar os parlamentares que atrapalharem seu trabalho. Eles enxergaram o discurso como ameaça.
O presidente do Legislativo, Mario Cesar (PMDB), disse ficar triste porque “o ideal é que os Poderes trabalhem juntos”.
“O vereador fiscaliza a Prefeitura e pode denunciar o prefeito, mas não é isso que queremos; vamos fiscalizar, mas a intenção não é pegar no pé”, pontuou, acrescentando que a Casa “quer dar suporte para o prefeito trabalhar”.
“Poderíamos retribuir a ameaça, mas não é nosso objetivo”.
O vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), foi mais incisivo. Disse que foi eleito pelo povo e que seus eleitores “não votaram no Bernal”. Segundo ele, em 30 anos de política, nunca viu um clima tão áspero entre vereadores e prefeito.
“Os Poderes têm que trabalhar pela população, mas o Bernal está levando para o lado pessoal e isso prejudica a administração”, criticou, definindo que a relação conturbada deveria ter terminado na eleição.
Vanderlei Cabeludo (PMDB) também endossou críticas. Filosofou que, por enquanto, os atritos entre vereadores e o prefeito só resultaram em arranhões, no entanto, “podem virar feridas e infeccionar”. Além disso, o peemedebista disse considerar o chefe do Executivo Municipal uma incógnita.
“Quando temos o chefe falando esse tipo de barbárie, acredito que todo mundo fica preocupado e inseguro. O que a gente pode esperar? Um Saddam Hussein ou alguém que veio para administrar realmente?”, disparou.
