Veterana, Marisa Serrano vê as mulheres ainda com medo da política

Vereadora do Mato Grosso antes da divisão, deputada federal, senadora, vice-prefeita de Campo Grande e conselheira aposentada do TCE (Tribunal de Contas), Marisa Serrano considera que houve pouco avanço na participação das mulheres na política porque há medo de ingressar na esfera pública. A veterana considera que o afastamento das atividades habituais e a exposição, inclusive à violência política, são fatores que acabam contribuindo para a presença feminina ainda ser tímida no cenário.

Marisa lembrou-se que foi vereadora junto com Nelly Bacha no final dos anos 1970 e, olhando para o transcurso do tempo, considera que muito pouco mudou. Há mudança, diz, mas que vem “muito lentamente”. Ex-liderança tucana, ela contou que procurou mulheres com “condições sobejas”, mas não conseguiu convencê-las a entrar na disputa eleitoral.

Para a ex-senadora não falta esforço dos partidos. Em Campo Grande, a Câmara tem somente uma parlamentar, mas já chegou a haver legislatura com quatro mulheres. A cidade é administrada por uma mulher, Adriano Lopes (PP), que era vice e assumiu após a renúncia de Marcos Trad, em 2022, quando ele foi disputar o governo do Estado. Ela tenta novo mandato e há ainda outras duas mulheres na disputa - Rose Modesto (União Brasil) e Camila Jara (PT).

Democracia com tranquilidade – Marisa percorreu alguns locais de votação nesta manhã. Ela destacou a tranquilidade. “Isso é muito bom, espero que no Brasil inteiro esteja assim. É uma primeira vez que nós vamos ter o horário igual para todo o país, quer dizer, cinco horas à tarde de Brasília, quatro aqui, nós estamos com tudo encerrado".

Para ela, em eleição o importante é que a democracia esteja viva “e que as pessoas tenham o direito de escolher aquilo que eles acham melhor para a sua cidade”. Ela disse que apoiou algumas pessoas e que a única participação com vídeo foi para Beto Pereira, candidato tucano à prefeitura da Capital.

Marisa disse estar animada para o time da próxima legislatura em Campo Grande e para a gestão da Capital, apontou que é preciso uma gestão olhando para o futuro. “Eu fico muito preocupada quando é só as coisinhas do dia a dia, tapar o buraco aqui, tapar ali. A cidade não anda, você não vê perspectivas futuras. Nós precisamos que as coisas caminhem com resultado e o resultado é quem tem cabeça, quem tem ideia, quem vai atrás, quem briga, quem luta”.