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Política

Vizinhos do CMO pedem providências contra barulho e congestionamento em protesto

Presidente da Câmara, Carlos Borges irá enviar ofícios à prefeitura e ao governo e saber das medidas tomadas

Silvia Frias e Caroline Maldonado | 10/11/2022 11:52
Abaixo assinado foi entregue durante sessão na Câmara Municipal de Vereadores. (Foto: Paulo Francis)
Abaixo assinado foi entregue durante sessão na Câmara Municipal de Vereadores. (Foto: Paulo Francis)

Moradores de bairros no entorno do CMO (Comando Militar do Oeste) foram à Câmara Municipal de Vereadores e entregaram abaixo assinado, pedindo providências contra as manifestações realizadas desde o resultado da eleição presidencial. Barulho excessivo e congestionamentos são as principais reclamações sobre a manifestação.

O presidente da Câmara, Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, disse que irá encaminhar ofício ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB), à prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota), e para a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), pedindo providências para evitar obstrução das vias e acabar com os barulhos de fogo e buzinações que incomodam a vizinhança.

Eder Benjamim entregou documento aos vereadores. (Foto: Paulo Francis)
Eder Benjamim entregou documento aos vereadores. (Foto: Paulo Francis)

As manifestações começaram depois que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), perdeu a eleição para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os manifestantes contestam o resultado e passaram a ocupar o canteiro da Avenida Duque de Caxias, em frente ao CMO.

Os moradores organizaram abaixo assinado que inclui, ainda, usuários das vias no entorno do CMO. Foram 40 assinaturas recolhidas e o documento foi entregue hoje na Câmara Municipal.

No texto, consta que a manifestação causa transtornos. “(...) buzinaços, escapamentos de motocicletas e carros, rojões e sons de microfone com músicas em alto som e chamadas pelos organizadores para que mais pessoas venham ao local”.

Também reclamam do uso do canteiro na Avenida Duque de Caxias. “(...) caminhões, carros, trailers estão estacionados no canteiro central esmagando e destruindo o gramado, além de impedir o trânsito livre de veículos, em que os motoristas de automóveis particulares, caminhões e ônibus precisam encontrar vias alternativas nos horários de pico provocando engarrafamentos nas imediações (...)”.

Trânsito em frente ao CMO hoje, com pista da esquerda interditada. (Foto: Paulo Francis)
Trânsito em frente ao CMO hoje, com pista da esquerda interditada. (Foto: Paulo Francis)

O jornalista Eder Benjamim, 57 anos, morador da região diz a situação é pior a partir das 17h até 23h. “Precisamos que se cumpra a lei”, referindo-se à legislação de trânsito, como, por exemplo, estacionar sobre canteiro, infração média que prevê multa pelo CTB (Código de Trânsito Brasileiro).

Uma servidora, de 56 anos, que preferiu não se identificar, disse que tem mãe idosa, de 92 anos, e que o congestionamento, buzinaços e barulhos dos fogos atrapalham a rotina familiar. Ela diz que, quando precisa sair de casa, tenta usar a Avenida Júlio de Castilho, mas a via também fica tumultuada.

Uma professora de 46 anos, que também preferiu não expor o nome, conta que mora na Rua Joaquim Dornelles e se envolveu em acidente de trânsito quando teve que atravessar a Avenida Afonso Pena.

O caminhão que seguia no protesto bateu na traseira do carro, depois de invadir o cruzamento no sinal vermelho. “Fiquei com o prejuízo da batida. O trânsito está horrível. Tenho quatro cachorros em casa, um deles passa muita mal com o barulho dos fogos de artifício. A situação está insuportável”, disse.

Ontem, a informação da Sejusp é que os carros e caminhões estacionados de maneira irregular foram identificados, conforme determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), mas não detalharam quantos e qual o valor total aplicado.

Carlão disse que ontem foi em frente ao CMO conversar com o grupo e averiguar a situação e considerou que “está fora do limite”. O vereador avalia que a manifestação teria que ser realizada somente por alguns dias e que as ruas precisam ficar livres, sem barulho.

O grupo mantém interdição na pista da esquerda no sentido centro/aeroporto, com trânsito liberado no meio e da direita.

Sabendo da mobilização de moradores pedindo providências com relação ao barulho e transtornos no trânsito, o fotógrafo Roberto Medeiros, de 53 anos, também foi à Câmara Municipal nesta manhã.

“Vim aqui para saber qual é a reivindicação desse pessoal, porque é uma minoria. Não queremos confrontar ninguém, queremos ajudar. Se estão se sentindo mal, vamos resolver o problema deles, mas sair da frente do quartel, jamais. Nós vamos até o final”, disse Roberto.

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