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Reportagens Especiais

Quatro execuções fizeram polícia criar força-tarefa para investigar pistolagem

Os assassinatos foram no meio da rua, com arma de grosso calibre. Em três dos casos, os carros usados nas ações foram incendiados

Viviane Oliveira | 29/12/2018 09:21
Quatro execuções fizeram polícia criar força-tarefa para investigar pistolagem
Carro que Ilson Martins dirigia foi fuzilado por atiradores  (Foto: Saul Schramm)
Carro que Ilson Martins dirigia foi fuzilado por atiradores (Foto: Saul Schramm)

Quatro execuções registradas em apenas 5 meses em Campo Grande fizeram a Polícia Civil criar em novembro deste ano uma força-tarefa para investigar os crimes de pistolagem. Os quatro assassinatos foram no meio da rua, com arma de grosso calibre. Em três dos casos, os carros usados nas ações foram incendiados.

Até agora nenhuma conclusão foi apresentada, mas o delegado-geral, Marcelo Vargas, garante que as investigações que envolvem várias delegacias estão "bem avançadas". “Vamos ver se em janeiro já podemos divulgar alguma coisa”, diz.

Questionado se a polícia já tem suspeitos para os crimes, o delegado disse que, por enquanto não vai divulgar nada, para não atrapalhar a apuração dos fatos. “Há casos ainda que as equipes dependem de autorizações judiciais”, explica.

Integram a força-tarefa equipes da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios), Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado).

Orlando foi metralhado com tiros de fuzi em frente a uma barbearia na Rua Amazonas (Foto: Liniker Ribeiro)
Orlando foi metralhado com tiros de fuzi em frente a uma barbearia na Rua Amazonas (Foto: Liniker Ribeiro)
Marcações realizadas pela perícia na noite em que Cláudio foi executado quando chegava em casa (Foto: Paulo Francis)
Marcações realizadas pela perícia na noite em que Cláudio foi executado quando chegava em casa (Foto: Paulo Francis)

Execuções - O subtenente Ilson Martins de Figueiredo, 62 anos, então chefe da segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, foi morto às 6h do dia 11 de junho, em plena Avenida Guaicurus. O policial conduzia um Kia Sportage, que foi atingida por pelo menos 45 tiros de fuzil AK 47 e carabina 556. Picape Fiat Toro vermelha e Toyota Hilux Sw4 branca usadas pelos atiradores foram encontradas incendiados nas saídas da cidade.

Na madrugada de 18 de outubro, Marcel Costa Hernandes Colombo, 31 anos, que ficou conhecido como Playboy da Mansão, também entrou no alvo dos pistoleiros, executado em uma das avenidas mais movimentadas da cidade. Ele morreu enquanto bebia com os amigos, na Cachaçaria Brasil, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, na Vila Rosa Pires. Atingido por cinco tiros de pistola 9 milímetros, disparados pelo pistoleiro que chegou ao local em uma motocicleta, ele faleceu na hora. 

Marcel foi alvo da Operação Harpócrates, realizada pela PF (Polícia Federal) em 21 de dezembro. A ação investigou a venda de produtos importados sem pagamento de impostos - crime de descaminho.

No Jardim Autonomista, na noite de 26 de outubro, Orlando da Silva Fernandes, 41 anos, foi assassinado a tiros de fuzil. O crime foi na Rua Enramada. O motivo seria vingança porqu ele teria entregado a executores a rotina do narcotraficante Jorge Rafaat, morto em junho de 2016 no Paraguai. Os automóveis usados na morte de Orlando, também foram incendiados.

No dia 15 de novembro, o empresário Cláudio da Silva Simeão, 48 anos, foi executado a tiros de pistola 9 milímetros, por volta de 1h, quando chegava em casa, na Rua Patagônia com Antônio Vieira, no Jardim Bela Vista. O filho dele, Gabriel Yuri de Moura Simeão, 22 anos, também foi baleado e socorrido à Santa Casa. Cláudio era empresário do ramo de mineração em Corumbá. O Chevrolet Onix usado na execução do empresário foi encontrado incendiado um dia após o crime, escondido perto de uma mata, em estrada vicinal que dá acesso a MS-040.

Cláudio era cobrado na Justiça por dívidas a um sócio, que somadas chegavam a cerca de R$ 42 milhões. Nas duas situações, ele teria passado cheques sem fundo para pagar o homem.

Carro usado para matar Cláudio foi incendiado  (Foto: Geisy Garnes)
Carro usado para matar Cláudio foi incendiado (Foto: Geisy Garnes)
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