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Saúde e Bem-Estar

MS registra menor número de mortes maternas dos últimos cinco anos

O índice representa uma queda acentuada em relação ao pico de 54 óbitos em 2021, ano mais crítico da pandemia

Por Geniffer Valeriano | 11/08/2025 16:59
MS registra menor número de mortes maternas dos últimos cinco anos
Recém-nascido em maternidade (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Mato Grosso do Sul registrou, em 2024, o menor número de mortes maternas dos últimos cinco anos. Ao todo, ocorreram 15 casos, enquanto o menor índice até então era 16, registrado em 2020. Os dados foram divulgados pelo boletim epidemiológico do Comitê da Mortalidade Materna, Fetal e Infantil.

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Mato Grosso do Sul registrou o menor número de mortes maternas dos últimos quatro anos em 2024, com 15 casos. O índice representa uma queda significativa em comparação aos 54 óbitos registrados em 2021, durante o auge da pandemia de Covid-19. A região do Pantanal apresentou o maior índice de mortalidade materna, com 273,97 óbitos por 100 mil nascidos vivos. A maioria das vítimas eram mulheres pardas, solteiras, entre 20 e 39 anos. As principais causas foram pré-eclâmpsia, hemorragia e infecções, com 66,7% dos casos envolvendo cesarianas.

O índice representa uma queda acentuada em relação ao pico de 54 óbitos registrados em 2021, ano mais crítico da pandemia de Covid-19. Apesar da melhora, os dados revelam fragilidades no atendimento e na rede de atenção obstétrica.

Entre as quatro macrorregiões de saúde analisadas, o maior índice de mortalidade materna foi registrado no Pantanal, que abrange Corumbá, Ladário e Miranda, com taxa de 273,97 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos, classificada como de risco muito alto. A Costa Leste,  composta por Costa Rica e Três Lagoas, aparece em segundo lugar, com 52,67 óbitos por 100 mil, considerada de risco alto.

O levantamento aponta que a maioria das mortes ocorreu entre mulheres de 20 a 39 anos (46,67%), sendo mais frequente entre pardas (53,33%), solteiras (66,66%) e com 4 a 7 anos de estudo. A maioria já tinha filhos, e apenas 6,7% eram mães de primeira viagem. O tipo de parto mais comum foi a cesariana (66,66%), e 80% dos óbitos aconteceram no puerpério.

As principais causas diretas das mortes foram pré-eclâmpsia (40%), hemorragia (26,7%), infecções e eclâmpsia (20%) e aborto (6,7%). A única causa indireta registrada foi a dengue (6,7%). Embora 66,7% das gestantes tenham feito ao menos sete consultas de pré-natal, número mínimo recomendado pelo Ministério da Saúde, 33,3% não completaram o acompanhamento, o que comprometeu a detecção precoce de riscos.

Outro dado preocupante é que 33,3% dos óbitos ocorreram fora do município de residência da gestante, indicando falhas na estrutura local e no fluxo de referência e contrarreferência. Além disso, apenas 60% dos casos foram analisados pelo Comitê de Prevenção do Óbito Materno, contrariando a recomendação de avaliação integral.

Mortalidade infantil e fetal — A taxa de mortalidade infantil em Mato Grosso do Sul apresentou oscilações entre 2022 e 2024. Foram 500 mortes em 2022, 550 em 2023 e 498 em 2024. A maior parte dos óbitos ocorreu no período pós-neonatal (28 dias a 11 meses), evidenciando fragilidades no acompanhamento e nas condições de vida após o primeiro mês. Entre as principais causas estão prematuridade extrema, sepse neonatal, desconforto respiratório e enterocolite necrotizante.

A mortalidade fetal também apresentou queda, passando de 481 casos em 2022 para 410 em 2024, uma redução de 14,4%. As causas mais comuns foram morte fetal sem causa especificada, condições maternas que afetam o feto e complicações envolvendo placenta, cordão umbilical e membranas, responsáveis por 68% dos casos.

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