Com 23 mil contraceptivos entregues, MS reduz em 30% a mortalidade materna
Estratégia faz parte do Protocolo Estadual de Atenção à Saúde Reprodutiva, implantado em 2020

Enquanto o Brasil ainda enfrenta entraves para ofertar o DIU (Dispositivo Intrauterino) e outros métodos contraceptivos de longa duração na rede pública, Mato Grosso do Sul se destaca como uma das exceções.
RESUMO
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Mato Grosso do Sul amplia acesso a métodos contraceptivos de longa duração e reduz mortalidade materna. O estado distribuiu mais de 23 mil DIUs e implantes subdérmicos entre 2023 e 2024, em iniciativa que contrasta com a realidade nacional, onde apenas 19,7% das Unidades Básicas de Saúde inserem DIU. A capacitação de 480 profissionais de saúde, desde 2017, viabilizou o atendimento a mais de 1.760 mulheres. A qualificação das equipes e a organização do atendimento resultaram na queda de 30% na razão de mortalidade materna, de 54,9 em 2023 para 38,2 em 2024. Em Campo Grande, 26 Unidades de Saúde da Família oferecem o procedimento de inserção do DIU, com encaminhamento para unidades de referência nos demais distritos, caso necessário. A Secretaria Municipal de Saúde reforça a segurança e eficácia do método, disponível gratuitamente na rede pública. Somente em 2024, foram inseridos 1.105 DIUs de cobre na capital.
O Estado tem ampliado o acesso gratuito aos chamados LARCs (métodos contraceptivos reversíveis de longa duração), como os dispositivos intrauterinos e os implantes subdérmicos, garantindo mais autonomia às mulheres sul-mato-grossenses na escolha sobre sua saúde reprodutiva.
Entre 2023 e 2024, a Secretaria Estadual de Saúde distribuiu mais de 23 mil unidades desses métodos aos municípios. A estratégia faz parte do Protocolo Estadual de Atenção à Saúde Reprodutiva, lançado em 2020 e revisado em 2022, que padroniza a oferta desses contraceptivos em todo o território do Estado, com orientações claras sobre elegibilidade, fluxo de atendimento e capacitação das equipes de saúde.
Esse esforço contrasta com o cenário nacional. Com base nos dados do Ministério da Saúde, apenas 19,7% das Unidades Básicas de Saúde do país realizam inserções de DIU. A principal dificuldade apontada é a falta de capacitação e segurança por parte dos profissionais, além de mitos e desinformações que ainda cercam o uso do método.
Em Mato Grosso do Sul, a capacitação tem sido uma das prioridades. Desde 2017, o governo estadual mantém uma parceria com a Sogomat-Sul (Associação de Ginecologia e Obstetrícia de MS) para treinar equipes da atenção primária.
Até agora, cerca de 480 profissionais já passaram pelas oficinas teórico-práticas, com 345 médicos habilitados a realizar a inserção de DIUs e implantes. Esse preparo se reflete no atendimento: só durante as ações práticas das oficinas, mais de 1.760 mulheres receberam gratuitamente algum método de longa duração.
“O diferencial está na qualificação das equipes e na estruturação dos fluxos de atendimento”, afirma Francielly Rosiani da Silva, gerente técnica da SES. “Isso garante um acesso seguro aos LARCs, reduz as gestações não planejadas e contribui diretamente para a queda da mortalidade materna.”
Os resultados aparecem nos números. A razão de mortalidade materna em Mato Grosso do Sul caiu de 54,9 em 2023 para 38,2 em 2024, uma redução de 30%, conforme dados do Comitê Estadual de Estudos de Óbitos Maternos, Fetais e Infantis.
Campo Grande - Na capital, a Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) reforça que o DIU é uma opção eficaz, segura e duradoura, acessível a mulheres de diferentes idades, inclusive aquelas que nunca tiveram filhos. O método é gratuito e disponível na rede pública.
Principais benefícios do DIU:
Pode durar de 10 a 12 anos (DIU de cobre);
Não interfere na amamentação;
Não exige manutenção diária;
Pode ser retirado a qualquer momento;
Tem alta eficácia e poucos efeitos colaterais.
Somente em 2024, foram inseridos 1.105 DIUs de cobre na rede municipal. De janeiro a junho de 2025, esse número já chega a 417. O método também é oferecido no pós-parto, garantindo que a mulher deixe a maternidade já protegida de uma nova gestação.
Atualmente, 26 Unidades de Saúde da Família (USFs) em Campo Grande contam com profissionais capacitados para realizar o procedimento. Nas demais, as pacientes são encaminhadas para unidades de referência, conforme o distrito de saúde:
Unidades de referência para inserção de DIU:
Distrito Prosa
• USF Jardim Noroeste
Distrito Bandeira
• USF Itamaracá
• USF Tiradentes
• USF Moreninhas
• USF Universitário
• USF Cristo Redentor
Distrito Imbirussu
• USF Popular
• USF Serradinho
• USF Silvia Regina
• USF Ana Maria do Couto
Distrito Anhanduizinho
• USF Macaúbas
• USF Mário Covas
• USF Iracy Coelho
• USF Paulo Coelho
• USF Parque do Sol
Distrito Segredo
• USF Paradiso
• USF Nova Lima
• USF Estrela do Sul
• USF Jardim Presidente
• USF Coronel Antonino
• USF Fernando Arruda
Distrito Lagoa
• USF Batistão
• USF Santa Emília
• USF São Conrado
• USF Portal Caiobá
• USF Coophavila II
A SESAU orienta que todas as mulheres interessadas em saber mais sobre o DIU ou outros métodos contraceptivos procurem a unidade de saúde mais próxima. Lá, podem receber orientações e, se houver indicação, realizar o agendamento ou a inserção do dispositivo de forma segura e gratuita.
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