Mutirão reúne centenas e reforça alerta sobre câncer mais frequente do país
Atendimentos gratuitos no Hospital do Pênfigo incluem biópsias e crioterapia, com foco no diagnóstico precoce
Mutirão dermatológico no Hospital do Pênfigo, na Rua Barão do Rio Branco, 2590, reuniu mais de 800 pessoas até às 11h30, com mais 400 atendimentos por ordem de chegada disponíveis até às 15h de hoje (13). Os atendimentos incluem crioterapia com nitrogênio líquido, biópsias de lesões suspeitas e cirurgias para retirada de tumores.
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Um mutirão dermatológico realizado no Hospital do Pênfigo, em Campo Grande, atendeu mais de 800 pessoas até o meio-dia do dia 13 de dezembro, oferecendo exames e cirurgias gratuitas. O evento, que ocorre há 30 anos, visa promover a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de pele, especialmente durante o Dezembro Laranja. Os atendimentos incluem crioterapia, biópsias e cirurgias para remoção de tumores. Pacientes como Anderson Cristaldo e os irmãos Maria de Lourdes e Emanuel Ribeiro relataram a importância do mutirão, destacando a dificuldade de acesso a dermatologistas e a necessidade de cuidados com a pele. Lesões simples são tratadas no local, enquanto casos mais complexos são encaminhados para o Hospital Universitário.
Um dos presentes no mutirão hoje foi Anderson Cristaldo, de 58 anos. Após o atendimento com o dermatologista, ele contou que, há uns dois anos, perdeu um amigo próximo por conta de um câncer de pele. “Ele apareceu com uma mancha no rosto do nada, fez uma microcirurgia para retirar, mas regrediu muito rápido, questão de meses. Por isso é importante sempre ficarmos atentos e procurarmos um profissional da saúde”, diz.
Sua maior preocupação é com a exposição solar na cabeça, devido à calvície. Ele costuma sempre andar com protetor solar, mas muitas vezes esquece de passar. “Eu não tenho muita ‘tenda’, então fica mais acentuado o sol. Sou meio alérgico, acabo não usando protetor rotineiramente. Vim mais para passar pela avaliação.”
“O Dezembro Laranja é específico para prevenção e diagnóstico precoce do câncer de pele. Então, a ideia é fazer atendimento às pessoas que, durante o ano, não tiveram acesso ao médico dermatologista”, explica a líder do mutirão, médica dermatologista Camila Tormena. A especialista completa que, por mais que o câncer de pele tenha maior incidência em adultos e idosos, o atendimento é aberto para todos os públicos.
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“Eu já tive câncer de mama, segundo grau. Agora meu problema é essa ferida que não aumenta, mas também não sara. Com o calor fica mais vermelha, passo uma pomada, mas não melhora”, relata Maria de Lourdes o motivo da presença: uma ferida no canto das sobrancelhas. Ela conta que a última vez que foi ao dermatologista foi há dois anos, pelo mesmo motivo. O especialista tinha indicado uma pomada, mas acabou que a idosa não a encontrou para comprar na farmácia e não utilizou.
Moradora do bairro Maria Aparecida Pedrossian, Maria de Lourdes contou que procurou marcar um dermatologista no posto perto de casa. “A única vaga era só para 15 de janeiro. Iria demorar muito.”
Seu irmão, Emanuel Ribeiro, veio conferir umas manchas que tem no braço e no nariz. “Tem dois anos que fui ao dermatologista. Não fico preocupado, mas procuro algo para sarar. Está sendo maravilhoso o atendimento de graça”, opina sobre o mutirão.
As lesões simples serão tratadas no Centro Cirúrgico do Hospital do Pênfigo, enquanto casos mais complexos serão encaminhados ao Hospital Universitário. O mutirão acontece há 30 anos e o atendimento conta com médicos dermatologistas, residentes, alunos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e equipes de enfermagem do Hospital Adventista do Pênfigo e do Hospital Universitário (Humap).
Atenção aos fatores de risco - O câncer de pele não melanoma é o tipo mais incidente no Brasil e responde por cerca de 30% de todos os tumores malignos diagnosticados no país. Apesar de apresentar altas taxas de cura quando identificado precocemente, a doença ainda exige atenção constante, especialmente devido à exposição solar excessiva e à falta de acompanhamento dermatológico regular, fatores que contribuem para o aumento dos casos.
O tratamento é eficaz quando há diagnóstico precoce. Histórico familiar, pele e olhos claros, cabelos ruivos ou loiros, exposição frequente ao sol sem proteção e contato prolongado com o sol durante a infância e adolescência estão entre os fatores de risco.
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