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Saúde e Bem-Estar

Sífilis entre recém-nascidos cresce em MS, apesar de baixa proporção de casos

Embora com bons indicadores, o Estado registrou alta de 13,1% na taxa de infecção congênita

Por Inara Silva | 17/10/2025 15:35
Sífilis entre recém-nascidos cresce em MS, apesar de baixa proporção de casos
Campanha nacional incentiva o teste para a prevenção da sífilis. (Foto: Ministério da Saúde/Divulgação)

Mato Grosso do Sul aparece em posição de destaque no novo levantamento nacional sobre sífilis, divulgado pelo Ministério da Saúde. O Estado figura entre os que têm menor proporção de bebês com sífilis congênita em relação ao total de gestantes com a doença, mas, ao mesmo tempo, registrou crescimento preocupante na incidência e na mortalidade infantil.

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Mato Grosso do Sul apresenta um cenário contraditório em relação à sífilis, segundo novo levantamento do Ministério da Saúde. Embora figure entre os estados com menor proporção de bebês com sífilis congênita (25,5%), registrou aumento de 13,1% na taxa de incidência entre 2023 e 2024. O estado também enfrenta desafios no controle da sífilis adquirida, com 3.575 casos notificados em 2024. A taxa de detecção foi de 123,2 casos por 100 mil habitantes, superior à média nacional de 120,8. O coeficiente de mortalidade infantil por sífilis congênita também preocupa, atingindo 9,9 por 100 mil nascidos vivos.

De acordo com o PQA-VS (Programa de Qualificação das Ações de Vigilância em Saúde), 25,5% das gestantes notificadas com sífilis em Mato Grosso do Sul tiveram recém-nascidos com sífilis congênita, percentual menor que a média nacional, de 27,2%. O desempenho positivo coloca o Estado entre as 11 unidades federativas com índice abaixo da média do país.

Por outro lado, entre 2023 e 2024, Mato Grosso do Sul registrou aumento de 13,1% na taxa de incidência de sífilis congênita, um dos maiores do país. O crescimento coloca o Estado ao lado do Amapá (29,8%) e do Pará (26,4%) entre os que mais ampliaram o número de casos.

Os números da mortalidade também preocupam. Em 2024, o coeficiente de mortalidade infantil específica por sífilis congênita foi de 9,9 por 100 mil nascidos vivos, acima da média nacional, que ficou em 7,2. No período, quatro pessoas morreram em decorrência da doença no Estado, número que se repetiu em 2025.

Sífilis adquirida - Além da sífilis congênita, o Estado enfrenta desafios no controle da sífilis adquirida, principal via de contágio para gestantes. Em 2024, foram notificados 3.575 casos da forma adquirida, 1.493 em gestantes e 381 de sífilis congênita. A taxa de detecção da sífilis adquirida foi de 123,2 casos por 100 mil habitantes, acima da média nacional (120,8).

O indicador coloca Mato Grosso do Sul entre as 12 unidades federativas com números superiores à média do país, ficando logo abaixo de Goiás (124,0) e acima do Distrito Federal (122,7).

Comparativo nacional - O relatório também revela as disparidades regionais no avanço da doença. O Rio de Janeiro liderou em casos de sífilis em gestantes, com 68,3 por mil nascidos vivos; o Espírito Santo apresentou a maior taxa de sífilis adquirida (212,5 por 100 mil habitantes); e o Tocantins registrou o maior índice de sífilis congênita (17,8 por mil nascidos vivos).

Para prevenir a doença, o Ministério da Saúde iniciou a campanha nacional "Sífilis tem cura – Faça o teste, trate-se e previna-se". A mobilização reforça a oferta de prevenção, testagem e tratamento gratuitos via SUS (Sistema Único de Saúde) e está focada, principalmente, em jovens de 15 a 30 anos, gestantes e seus parceiros sexuais. A ação faz parte do Outubro Verde, mês dedicado à conscientização.

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