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Na estrada: MS será porta de entrada de turistas sul-americanos

Proposta de estímulo ao turismo rodoviário na América do Sul põe Campo Grande como ponto de partida dos viajantes

Paulo Nonato de Souza | 15/02/2020 07:17
A Ruta 40 é a rodovia mais famosa da Argentina e da América Latina  com 5.200 km, atração a ser explorada pelos viajantes rodoviários (Foto: Reprodução)
A Ruta 40 é a rodovia mais famosa da Argentina e da América Latina com 5.200 km, atração a ser explorada pelos viajantes rodoviários (Foto: Reprodução)

De Campo Grande para os resto da América do Sul. Vem aí uma nova maneira de explorar as belezas naturais e a história dos países sul-americanos. É o turismo rodoviário pela Rota Bioceânica, um sonho antigo que está próximo de se tornar realidade com Mato Grosso do Sul como centro do continente e ponto de partida dos viajantes.

A rota rodoviária ligando o Brasil aos portos marítimos do norte do Chile, ao longo de décadas teve apenas a exportação e importação de produtos agropecuários como foco das negociações governamentais e empresariais. Esta semana, os ministérios do Turismo e das Relações Exteriores anunciaram um plano de estímulo ao turismo rodoviário na América do Sul pelo Corredor Bioceânico, a partir de Campo Grande.

As medidas vão incluir estímulos ao transporte e à circulação de passageiros, além do mapeamento do potencial turístico e de investimentos na rota entre Campo Grande e Antofagasta, no Chile, e a agilização de processos aduaneiros para o ingresso de turistas.

Pela posição geográfica, bem no coração da América do Sul, Mato Grosso do Sul será fundamental tanto no fluxo quanto no contra-fluxo de turistas, ou seja, para quem vem dos outros países sul-americanos e até da Ásia, e também para os brasileiros que poderão realizar suas aventuras andinas por estradas.

“Vai ser possível criar um produto ligando a área mais alagada do planeta, o Pantanal, à área mais árida do planeta, o Deserto de Atacama”, disse o secretário nacional de Integração Interinstitucional do MTur, Bob Santos, ao prever grandes avanços na oferta turístico do roteiro.

Além de Campo Grande como ponto de partida, Porto Murtinho é outra cidade de Mato Grosso do Sul em posição destacada no projeto do governo federal para estimular o turismo rodoviário. Na fronteira com o Paraguai, Murtinho será a última escala de viajantes brasileiros antes da entrada em território paraguaio para cruzar a Argentina rumo ao Chile. Já no sentido contrário, a cidade sul-mato-grossense será a primeira parada dos estrangeiros em território brasileiro.

O ministro da Secretaria de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson, prevê o aumento na procura de destinos nacionais por sul-americanos. “O turista vai entrar no Brasil por Mato Grosso do Sul, podendo chegar ao Pantanal e às praias do Nordeste muito mais rápido”, frisou ele.

“Apostamos no crescimento do turismo nacional com a chegada de mais turistas de países vizinhos”, avalia o secretário executivo do Ministério do Turismo, Daniel Nepomuceno.

Duas obras são essenciais para o funcionamento do corredor rodoviário ligando os oceanos Atlântico e Pacífico: a construção de uma ponte de concreto sobre o Rio Paraguai entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta, do lado paraguaio, e a pavimentação do trecho de 227 km da rodovia que liga Carmelo Peralta a Loma Plata, na fronteira paraguaia com a Argentina.

As obras de pavimentação da rodovia começaram em junho de 2019 e deverão ser concluídas em junho de 2022. Já a obra da ponte nem começou a sair do papel, mas tem previsão de conclusão para 2023.

O mapa da rodovia ligando Campo Grande ao Chile, passando por Porto Murtinho, na fronteira com o Paraguai (Arte: Divulgação)
O mapa da rodovia ligando Campo Grande ao Chile, passando por Porto Murtinho, na fronteira com o Paraguai (Arte: Divulgação)
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