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Cidades

Anabolizantes divulgados por influencer de MS eram feitos em fundo de quintal

Polícia de SP apura fabricação de esteroides e emagrecedores com matéria-prima do Paraguai e da China

Por Dayene Paz | 06/08/2025 10:37


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A Polícia Civil de São Paulo desarticulou uma organização criminosa especializada na produção e venda ilegal de anabolizantes e emagrecedores. O esquema, que movimentou cerca de R$ 25 milhões, utilizava matéria-prima do Paraguai e China, com produção em locais improvisados e sem controle sanitário. A operação resultou em 32 prisões e envolveu 85 mandados de busca em 12 estados. Entre os investigados estava o influenciador "Pobre Loco", de Mato Grosso do Sul. A quadrilha operava há mais de uma década, usando marketing sofisticado e influenciadores digitais para dar credibilidade aos produtos ilegais.

Produtos com rótulo chamativo, aparência profissional e promessas de qualidade internacional. Mas, por trás da fachada, o que sustentava a marca investigada pela Polícia Civil de São Paulo era um esquema ilegal de produção de anabolizantes e remédios emagrecedores, feito em fundo de quintal, com matéria-prima vinda do Paraguai e da China, e sem qualquer controle sanitário. O caso levou à operação que teve como alvo o influencer sul-mato-grossense “Pobre Loco” e já soma 32 presos.

Segundo o delegado Ronald Quene, da 1ª Cerco (Central Especializada de Repressão ao Crime Organizado), a estrutura da organização criminosa chamava atenção pela estratégia de marketing. “Tratavam essa marca clandestina como se fosse uma empresa, com slogan, embalagem bonita e uma rede de influenciadores que davam credibilidade ao negócio”, disse o delegado.

Entre os investigados, pelo menos seis influencers foram alvos de mandados de busca. Um deles é o sul-mato-grossense Renato dos Santos Lopes, o “Pobre Loco”, que teve a casa revirada na manhã de terça-feira (5), no Bairro Parati, em Campo Grande. No local, a polícia apreendeu anabolizantes importados e o celular pessoal dele. Renato foi ouvido, não chegou a ser preso, e declarou que apenas fazia a divulgação dos produtos.

As investigações duraram um ano e meio, e contaram com técnicas de infiltração: policiais civis se passaram por clientes para conseguir provas. Também houve quebra de sigilo bancário e das redes sociais da empresa, o que permitiu rastrear a movimentação de aproximadamente R$ 25 milhões.

O dinheiro vinha da venda direta pela internet, sem necessidade de receita médica e sem aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Os produtos, apesar da aparência industrial, eram fabricados em locais improvisados. “Era produção em fundo de quintal, em imóveis alugados, sem qualquer controle técnico ou sanitário”, relatou o delegado Quene.

A operação deflagrada nesta semana é conduzida pela Polícia Civil de São Paulo. Foram expedidos 85 mandados de busca e apreensão e 35 de prisão, cumpridos em 12 estados. Três dos principais líderes são de São José dos Campos (SP), sendo dois presos no Paraguai.

A atuação da quadrilha era ramificada: havia laboratórios, depósitos e vendedores espalhados por várias regiões do Brasil. Mesmo com mais de dez anos no mercado, a marca nunca teve autorização legal para funcionar. Segundo a polícia, os envolvidos se aproveitavam da aparência profissional e da confiança gerada pelas redes sociais para driblar a fiscalização e atrair consumidores.

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