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Cidades

Ansiedade predomina em educadores e alunos na véspera da volta às aulas

Antes de retomada de aulas nesta quinta-feira (3), funcionários de escolas fazem últimos preparativos

Liana Feitosa | 02/03/2022 17:42
Corredor de escola decorado para receber alunos nesta quinta-feira. (Foto: Direto das Ruas)
Corredor de escola decorado para receber alunos nesta quinta-feira. (Foto: Direto das Ruas)

Dois anos depois de as aulas na rede municipal e estadual de ensino serem suspensas pela primeira vez devido à pandemia de covid-19, nesta quinta-feira (3) as escolas da Reme (Rede Municipal de Ensino) e REE (Rede Estadual de Ensino) retomam às atividades totalmente presenciais, sem revezamentos de turmas ou EAD (educação à distância). Na tarde de hoje (2), funcionários e professores fizeram os últimos preparativos em várias unidades para receber os estudantes amanhã.

Pódio montado para receber alunos na retomada das aulas 100% presenciais. (Foto: Direto das Ruas)
Pódio montado para receber alunos na retomada das aulas 100% presenciais. (Foto: Direto das Ruas)

Na Escola Municipal Dr. Eduardo Olímpio Machado, na região da Coophavilla, os preparativos para a recepção dos alunos incluiu até mesmo uma pista chamada de “largada do sucesso” e um pódio na linha de chegada dos alunos.

Já na Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Michele Regina Locatelli, no bairro Aero Rancho, além de limpeza e organização final, o momento é de preparação do coração.

“A ansiedade está grande, até porque as aulas totalmente presenciais vão ser uma novidade para muitos pais, alunos e até mesmo professores. Tenho professores que começaram a trabalhar na educação durante a pandemia e, por isso, nunca estiveram em uma sala de aula cheia de alunos”, conta a diretora escolar Mariley Braga, que há 20 anos atua na área e, há sete, administra a Emei.

Recomeço - A educadora conta que o momento também pode ser resumido em uma palavra: gratidão. “Tudo aqui foi pensado com muito carinho pra retomada das aulas, e nosso coração fica cheio de gratidão depois de períodos tão difíceis que vivemos na nossa comunidade”, compartilha a diretora da unidade onde estudam 300 crianças.

Decoração na Escola Municipal Dr. Eduardo Olímpio Machado
Decoração na Escola Municipal Dr. Eduardo Olímpio Machado

De acordo com Mariley, vários funcionários perderam familiares e amigos para a covid. “Nossa coordenadora perdeu o filho, e o esposo dela ficou 120 dias internado, gravíssimo. Foram momentos muito difíceis, um ano terrível, mas hoje agradecemos a Deus por ele nos dar a oportunidade de lutar e fazermos o nosso melhor”, completa.

A estudante Mariana Toledo, de 17 anos, também está cheia de expectativa. Neste ano ela conclui o ensino médio na Escola Estadual Luisa Vidal Borges Daniel, no bairro Bom Jardim, região do Jardim Leblon, na capital. Questionada sobre como é retornar à escola cheia depois de aulas semipresenciais, dispara: “eu estou muito, muito ansiosa! Fico pensando em como vai ser, se tudo vai dar certo, se vão gostar”, afirma.

Acolhida - A ansiedade de Mariana está totalmente ligada à acolhida aos alunos amanhã. Ela faz parte de um grupo de estudantes veteranos que será responsável por recepcionar colegas novatos e, também, companheiros de turma. Na unidade onde a jovem estuda, que é de ensino em tempo integral, as atividades pedagógicas se dão através do programa “Escola da Autoria”, onde os alunos são estimulados a serem protagonistas da própria jornada de aprendizado.

Mariana entre a diretora Valéria (esquerda) e da vice-diretora Juliana. (Foto: Kísie Ainoã)
Mariana entre a diretora Valéria (esquerda) e da vice-diretora Juliana. (Foto: Kísie Ainoã)

“Na nossa escola pautamos a educação também nas relações porque acreditamos que as práticas educativas precisam ser estabelecidas não só com base em técnicas de aprendizagem, mas também nas práticas de convivência e socialização”, explica a diretora Valéria Aparecida M. O. Calderoni, que trabalha nessa escola desde 2001.

“A acolhida, depois da pandemia, vai ser fundamental. Com as aulas sendo só online ficamos meio presos, sem interagir, sem conversar. Agora vamos receber nossos colegas, interagir, misturar turmas, explicar como é a dinâmica da escola. Queremos que todo mundo se sinta realmente em casa”, completa Mariana. Sonhando em cursar medicina, vê o novo ano letivo na escola com otimismo: “vai vir muita coisa boa por aí.” No total, a capital possui 109 mil alunos matriculados na Reme e, na REE, são cerca de 190 mil estudantes.

Limpeza final é feita em escola na capital, (Foto: Kísie Ainoã)
Limpeza final é feita em escola na capital, (Foto: Kísie Ainoã)






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