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Cidades

Após morte e delegacias fechadas, sindicato quer teste para todos policiais

Juiz deu prazo de 72 horas para o Governo de Mato Grosso do Sul se posicionar

Anahi Zurutuza | 23/06/2020 16:05
Servidores em fila na frente da DGPC em dia que todos foram testados (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Servidores em fila na frente da DGPC em dia que todos foram testados (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Depois que policial civil morreu da covid-19 e 5 delegacias foram após a identificação de casos positivos do novo coronavírus, o Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) foi à Justiça pedir para que o Estado teste todos os servidores da categoria.

A entidade alega que os policiais estão tão expostos quanto os que trabalham em hospitais. “Os profissionais da saúde e de segurança pública são os grupos mais expostos à transmissão do coronavírus, sem alternativa, senão o pronto atendimento ao cidadão em suas respectivas unidades”, diz a defesa do sindicato na ação.

O Sinpol argumenta ainda que como não há como fazer triagem dos atendidos em delegacias e mais, deixar de lado as diligências policiais, abordagens, prisões e recambio de presos, dentre outras situações, a testagem em massa para detectar de maneira precoce dos casos dentre a categoria é a medida mais eficaz. O profissional com teste positivo deve ser imediatamente afastado para não contaminar os colegas.

O juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, deu prazo de 72 horas para o Estado se manifestar, assim que for notificado, e só depois tomará uma decisão.

Morte - Policial civil em Ponta Porã Waldir Rojas, de 52 anos, foi a primeira baixa na segurança pública. Ele foi internado no dia 27 de maio e morreu no dia 11 deste mês. À época, o sindicato chegou a dizer que o investigador contraiu a doença por consequência do trabalho. Em nota divulgada no Facebook, a entidade afirmou que o policial esteve com Patrícia Marques Neto, 42 anos, moradora de Ponta Porã que ficou “famosa” por furar a quarentena e ter sido obrigada a usar tornozeleira eletrônica para garantir que ficasse isolada.

O investigador foi internado no Hospital Regional da cidade 8 dias depois que Patrícia passou a usar o equipamento. A SES (Secretaria de Estado de Saúde) informa, contudo, que não há como confirmar que a transmissão em decorrência da atividade, porque o policial “não teve contato direto com a paciente em questão” e “teve histórico de viagem para áreas com transmissão comunitária e epidemia da doença”.

Até o dia da morte de Waldir, era 18 casos detectados dentre os servidores de segurança pública, 10 deles na Polícia Civil.

Delegacias fechadas – Na ação, o Sinpol cita o fechamento da DGPC (Delegacia Geral de Polícia Civil) após servidor ser confirmado com o novo vírus. Ontem (22), foi a vez da Delegacia de São Gabriel do Oeste, distante 137 quilômetros de Campo Grande, ficar fechada para procedimento de desinfecção depois que funcionário testou positivo.

As delegacias de Miranda, Ponta Porã, Guia Lopes da Laguna e a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) de Campo Grande também já passaram pelo procedimento.

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