"BR do Mar" usará rios para conectar MS ao mercado, avalia governo federal
Projeto propõe conectar portos nacionais por meio do mar, mas também com ligações pelos rios
Em evento nesta quarta-feira (16), ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defenderam o programa "BR do Mar" como uma possível solução para o escoamento da produção brasileira, especialmente a do interior do País, incluindo Mato Grosso do Sul.
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O programa "BR do Mar", defendido pelo governo federal, promete revolucionar o escoamento da produção brasileira, com foco em Mato Grosso do Sul e outras regiões do interior. A iniciativa prevê a ampliação e conexão de portos nacionais, incluindo a concessão da Hidrovia do Rio Paraguai, que liga Corumbá a Porto Murtinho. Ministros destacaram a importância da cabotagem e do transporte hidroviário para reduzir custos logísticos e impulsionar o desenvolvimento regional. A ministra Simone Tebet enfatizou a integração com países vizinhos, como Bolívia e Paraguai, enquanto o ministro Silvio Costa Filho destacou a redução de até 60% nos custos de frete. O programa também inclui leilões portuários, com investimentos previstos de R$ 30 bilhões, e o aumento do transporte de contêineres. O Tecon Santos 10, maior leilão da história portuária brasileira, é um dos destaques, com potencial para dobrar a capacidade do Porto de Santos.
Segundo o governo federal, a ideia é ampliar e conectar portos nacionais, incluindo outras iniciativas como a concessão da Hidrovia do Rio Paraguai, que liga Corumbá a Porto Murtinho.
Durante o evento, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, destacou a importância da nova logística para o desenvolvimento regional. “Não há justiça social sem desenvolvimento regional do Brasil, porque a cara mais pobre desse país sempre está no interior, está no Norte, no Nordeste, na fronteira dos países da América do Sul”, disse.
Ela acrescentou que o uso dos rios é parte central dessa nova estratégia de transporte, destacando o papel do Mato Grosso do Sul e de países vizinhos. “A cabotagem vai servir para unir ainda mais o meu Mato Grosso do Sul, a Bolívia, o Paraguai, portanto, ao Brasil, através do Rio Paraguai.”
“O investimento da iniciativa é privado ali na fronteira de alto ponto de 200 novas barcaças. Isso significa desenvolvimento”, afirmou Tebet, que também celebrou memorando de intenção assinado com a China para estudar rotas intermodais de transporte ligando o Brasil ao mercado asiático, por meio de ferrovias, inclusive.
Quem também falou foi o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que explicou que o programa foi construído “ao lado do sindicato, das entidades do setor produtivo, de todos que fazem o setor portuário, hidroviário, mas sobretudo a indústria naval brasileira”.
Segundo ele, o "BR do Mar" representa uma guinada para o transporte de cargas dentro do País. “O próprio nome já diz, BR do Mar. Ele vai fazer com que a gente possa utilizar o nosso mar, os nossos rios, mas sobretudo os 8.000 km de litoral brasileiro para transformar o litoral numa grande BR, fazendo com que a gente amplie a cabotagem no Brasil”, afirmou.
Na prática, o governo quer ampliar o transporte por navios entre portos nacionais, tirando carga das rodovias e reduzindo custos de frete. Costa Filho estimou uma queda entre 20% e 60% nos gastos logísticos, com impacto direto na competitividade de produtos brasileiros. “Esse programa tem um papel que vai reduzir os custos logísticos de 20 a 60%, potencializando ainda mais o setor portuário brasileiro. E vai fazer com que uma carga, por exemplo, possa sair de contêiner do Porto de Suape, em Pernambuco, levando para o Porto de Santos, reduzindo o custo, ajudando na agenda de descarbonização, ajudando na agenda da sustentabilidade.”
O ministro citou dados que, segundo ele, demonstram o sucesso da política até aqui. “No ano de 2024, nós tivemos o melhor ano no setor portuário brasileiro. Um crescimento em quase 5% no setor portuário. Os portos públicos cresceram 7%. E um dado impressionante: a cabotagem do Brasil, em 2024, no setor de contêineres, teve um crescimento na ordem de mais de 18% no País.”
Além da cabotagem, Costa Filho destacou os leilões portuários como parte do esforço de modernização do setor. “De 2013 a 2022, nós tivemos 41 leilões no setor, o que equivale a investimentos na ordem de R$ 6 bilhões. Nos quatro anos do governo do presidente Lula, nós vamos fazer mais de 60 leilões, o que equivale a mais de R$ 30 bilhões de investimentos no nosso País”, afirmou.
Um dos destaques é o leilão do Tecon Santos 10, previsto para este ano, que segundo o ministro será “o maior da história do setor portuário brasileiro” e dobrará a capacidade de contêineres no Porto de Santos.
Por fim, ele reforçou que o BR do Mar está alinhado com uma estratégia nacional de intermodalidade e integração entre os diferentes meios de transporte e que o volume de contêineres transportados deve ser duplicado. “Hoje o decreto que nós estamos assinando, que o presidente Lula assinou logo cedo, nós estaremos fortalecendo a indústria naval, nós estamos fortalecendo a nossa corrente marítima do Brasil, nós estamos tocando na agenda logística, ajudando na comunidade urbana e sobretudo na intermodalidade do País.”