Começa neste sábado a Semana de Prevenção da Violência na Primeira Infância
Publicações, cursos, política e uma robusta linha de cuidado com as crianças orientam profissionais de saúde
A partir deste sábado (12) até sexta-feira (18), acontece a Semana Nacional de Prevenção da Violência na Primeira Infância, com o objetivo de alertar a sociedade sobre a importância de enfrentar os diversos tipos de abuso, agressão e maus-tratos contra crianças. Entre os principais aliados na detecção precoce de sinais de violência estão os serviços de saúde, com o SUS (Sistema Único de Saúde) desempenhando um papel fundamental nesse esforço.
A coordenadora-geral de Atenção à Saúde das Crianças, Adolescentes e Jovens, Sonia Venancio, destaca a importância de garantir segurança em todas as esferas para as crianças. “É direito de toda criança crescer com segurança e saúde em todas as esferas: física, mental, emocional e social", ressalta. Ela lembra que, durante a primeiríssima infância, que abrange até os 3 anos de idade, o cuidado deve ser ainda mais atento, já que as crianças dessa faixa etária não sabem expressar claramente seus sentimentos ou compreender o que vivenciam, tornando mais difícil a identificação de abusos.
Os profissionais de saúde, que muitas vezes estão na linha de frente, são orientados a ficar atentos a alguns sinais que podem indicar violência ou maus-tratos, como:
- Choro e irritabilidade sem causa aparente;
- Apatia ou tristeza constante;
- Atraso no desenvolvimento ou regressão de habilidades já adquiridas;
- Recusa alimentar, vômitos frequentes ou distúrbios na amamentação;
- Distúrbios do sono;
- Lesões ou afecções de pele sem explicação;
- Dificuldades de socialização e tendência ao isolamento;
- Ansiedade ou medo incomum de determinadas pessoas ou situações.
Esses indicadores estão descritos na Linha de Cuidado para Atenção Integral de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências, documento que orienta gestores e profissionais de saúde sobre a condução dos casos de violência, desde a prevenção até o atendimento e seguimento.
A Caderneta da Criança – Passaporte da Cidadania, já distribuída em todo o Brasil, também aborda a proteção contra violência. Na página 66, há orientações para pais e responsáveis sobre os direitos das crianças e a importância da não violência, além de reforçar o papel do Disque 100, um canal essencial para denunciar casos de violência e maus-tratos.
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança é outro documento fundamental, com um eixo dedicado à prevenção da violência e promoção da cultura de paz. A política visa implementar uma linha de cuidado específica, fomentar a qualificação dos serviços e organizar o atendimento para crianças em situação de violência sexual, além de articular ações intersetoriais para combater a violência.
Além disso, o programa Escuta de Crianças e Adolescentes na rede de serviços do SUS, desenvolvido em parceria com a Fiocruz Brasília, oferece cursos gratuitos para qualificar profissionais de saúde e gestores. As inscrições estão abertas até 8 de novembro, com foco na escuta ativa e protegida de crianças vítimas de violência.
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