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Cidades

Em MS, Erik está entre as 50 crianças já adotadas pelo "Busca Ativa"

Após três anos no abrigo, menino foi encontrado no sistema e adotado por um pai solo de Dourados

Por Jéssica Fernandes | 01/06/2025 16:16
Em MS, Erik está entre as 50 crianças já adotadas pelo "Busca Ativa"
João Batista e o filho Erik Luiz, os dois se conheceram através da plataforma de adoção "Busca Ativa". (Foto: Arquivo pessoal)

Em Mato Grosso do Sul, 50 crianças já foram adotadas via projeto Busca Ativa do SNA (Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento). Erik Luiz, de 12 anos, é uma delas. Em 2023, João Batista Luiz Júnior, de 30 anos, encontrou o perfil dele após dois anos de preparativos para a adoção. Hoje, eles formam uma família em Dourados, a 251 km da Capital.

RESUMO

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João Batista, arquiteto de 30 anos, adotou Erik Luiz, de 12, por meio da plataforma Busca Ativa, em Mato Grosso do Sul. O sistema, coordenado pelo CNJ, visa facilitar a adoção de crianças com mais de 8 anos, com deficiência ou grupos de irmãos. Após dois anos de preparação, João encontrou o perfil de Erik e, em 2024, o menino foi morar com ele. Em MS, 50 crianças já foram adotadas pela plataforma e 66 aguardam um lar, o maior número da região Centro-Oeste. A maioria das crianças aptas para adoção tem mais de 14 anos e possui irmãos. A Busca Ativa facilita a união de famílias, como a de João e Erik, que construíram um laço de afeto ao longo do processo.

Arquiteto, João relata que sempre quis ser pai solo. “Quando descobri que tinha a opção de ser pai solo, comecei a amadurecer essa ideia”, conta. Passado dois anos, ele procurou a comarca do município em 2023 e, a partir daí, iniciou os cursos de preparação para adoção, além de participar de grupos voltados ao tema.

Ele já conhecia o sistema Busca Ativa, coordenado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Em funcionamento desde 2019, a ferramenta tem como uma de suas finalidades promover a adoção de grupos de “difícil colocação”, como crianças com mais de 8 anos, com deficiência ou que fazem parte de grupos de irmãos. Perfis que, na maioria das vezes, não são os mais procurados por quem deseja adotar.

Em MS, Erik está entre as 50 crianças já adotadas pelo "Busca Ativa"
No Centro-Oeste, número de crianças para adoção em MS é o mais expressivo. (Arte: Lennon Almeida)

Foi no Busca Ativa que João viu Erik pela primeira vez, juntamente com as informações sobre o perfil dele. Naquele momento, percebeu que o menino estava mais próximo do que imaginava, em um abrigo em Dourados. Nessa altura, o arquiteto já havia sido habilitado para o processo de adoção e só faltava encontrar a criança que se tornaria seu filho.

Inicialmente, João pensava em adotar uma criança entre quatro e sete anos, por uma questão de adaptação à rotina. “Não queria uma criança muito pequena, e meus pais, que são minha rede de apoio, desejavam que fosse até 7 anos”, relembra. No entanto, ao conhecer Erik, que na época tinha 10 anos, ele deixou de lado o critério da faixa etária e entrou em contato com a assistente social.

“Ela puxou as informações para mim, marcamos uma reunião por videochamada com a assistente social e a psicóloga que acompanhava o caso dele”, recorda. No dia 20 de dezembro de 2023, eles tiveram o primeiro contato, o primeiro de muitos.

Em MS, Erik está entre as 50 crianças já adotadas pelo "Busca Ativa"
Perfil de idade das crianças para adoção em Mato Grosso do Sul. (Arte: Lennon Almeida)

Já em janeiro de 2024, João recebeu autorização para que Erik iniciasse um período de adaptação em sua casa. “Ele veio conhecer como seria a rotina, como seria nossa vida juntos. A equipe técnica veio fazer visitas, ele foi se ambientando. Vieram alguns desafios, mas seguimos em frente”, relata. No final daquele mês, o menino passou a morar definitivamente com o pai.

Após três anos vivendo no abrigo, Erik finalmente ganhou um lar. O processo até a emissão da nova certidão, com o nome de João constando na filiação paterna, levou nove meses. Ao relembrar toda a trajetória, João resume que o amor entre pai e filho precisou ser construído.

Da mesma forma que ele estava aprendendo a ser filho, eu estava aprendendo a ser pai. É um processo de vinculação, de fazer nascer o amor. Fomos construindo isso juntos. [...] Hoje está solidificado”, destaca.

Na fila - Apesar de ter contato com outros grupos de famílias adotivas, João afirma não conhecer ninguém que tenha adotado por meio desse sistema. Desde 2019, 50 crianças encontraram um lar pelo Busca Ativa em Mato Grosso do Sul.

Atualmente, outras 66 crianças do Estado estão cadastradas na plataforma. No Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul é o estado com o maior número de crianças na fila de adoção pelo sistema, seguido por Goiás (36), Distrito Federal (29) e Mato Grosso (17).

Os dados do SNA mostram que a maioria dos que aguardam adoção tem 14 anos ou mais. São 17 com idade superior a 16 anos e outros 17 entre 14 e 16 anos. Além disso, 15 têm entre 12 e 14 anos, e seis estão na faixa de 10 a 12 anos. A mais nova tem dois anos e é a única nessa faixa etária.

Outra informação relevante do sistema é sobre os grupos de irmãos: a maioria, composta por 45 crianças, possui um ou mais de três irmãos. As outras 21 são filhos únicos.

Entre os 66, cerca de 19 têm algum tipo de deficiência.

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