CPI quer investigar relação de ex-servidores municipais com Consórcio Guaicurus
Presidente da comissão fala em possível quebra de sigilo para apurar contratos de consultoria
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Transporte quer avançar na investigação sobre a relação de ex-servidores da Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande) com o Consórcio Guaicurus. Durante depoimento nesta segunda-feira (2), vereadores apontaram indícios de possível “cooptação” de servidores que, após passarem pela agência reguladora, começaram a prestar serviços diretamente ao consórcio.
“É uma informação nova e muito grave. Já tínhamos achado estranho quando descobrimos que um ex-diretor-presidente da Agereg [Janine Bruno], foi funcionário do Consórcio antes de assumir o cargo. Agora vemos um servidor [Renato Assis Coutinho] que ficou 12 anos na Agência, pediu exoneração e hoje trabalha para o próprio Consórcio Guaicurus”, afirmou o vereador Maicon Nogueira (PP).
O vereador defende a adoção de medidas mais rigorosas para apurar a relação contratual entre o ex-servidor e o consórcio, incluindo, se necessário, a quebra de sigilo fiscal. “Queremos entender qual foi a relação mantida nos últimos anos. Se houve alguma vantagem econômica ou outro tipo de favorecimento. Isso não pode ser ignorado”, declarou.
Maicon também informou que o grupo deve formalizar um pedido de informações ao Consórcio Guaicurus. A intenção é obter cópias do contrato firmado com a empresa do ex-servidor Renato Assis Coutinho, além de dados sobre valores e período de vigência.
De acordo com o presidente da Comissão, o vereador Lívio Leite, Dr. Lívio (União Brasil), a próxima reunião da está marcada para quarta-feira (4), quando deve ser votado o envio do ofício ao Consórcio Guaicurus com as solicitações de informações.
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"O que pra mim ficou muito claro é a deficiência do poder público em fiscalizar adequadamente. Cada vereador vai ter a oportunidade de dizer qual foi seu entendimento”, disse Lívio.
Os vereadores tiveram acesso a um documento que pode ser a Matriz OD (Origem e Destino), mas o material, com cerca de 160 páginas, ainda será analisado. Por fim, a terceira fase da CPI do Transporte está marcada para começar na próxima segunda-feira (9), com oitiva de representantes do Consórcio Guaicurus.
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