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Cidades

Confirmada em 11 estados, MS está "cercado" pela variante Delta

Cepa pode ter mais chance de infectar pessoas, mesmo vacinadas, mas ainda não se sabe sobre letalidade dela

Guilherme Correia | 05/08/2021 13:01
Medidas de prevenção, como uso de máscaras, são novamente recomendadas para evitar chance de infecção. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Medidas de prevenção, como uso de máscaras, são novamente recomendadas para evitar chance de infecção. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Ao menos, 11 estados brasileiros têm casos confirmados da variante Delta do coronavírus, sendo que Mato Grosso do Sul está cercado por quatro deles. A única unidade federativa que faz divisa com o Estado e que ainda não teve confirmação é Mato Grosso.

Até esta quinta-feira (3), não há registro oficial de detecção desta mutação em território sul-mato-grossense, mas o Estado acumula pelo menos 15 outras variantes do vírus que causam a covid-19.

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A Delta, antes catalogada como B.1.617.2, tem preocupado autoridades em saúde de todo o mundo por conta de sua alta transmissibilidade. Ou seja, ela apresenta maior facilidade em infectar mais pessoas, mesmo as já vacinadas, ainda que uma maior letalidade ainda não tenha sido identificada.

Países como a Índia tiveram impacto forte dela e mesmo lugares com ampla vacinação, como a Europa ou os Estados Unidos, também têm sofrido, já que está bem presente e aumentado a quantidade de infecções.

A OMS (Organização Mundial da Saúde), inclusive, a classificou como “variante de preocupação”, por conta dessas alterações, e estima-se que ela circule em mais de 100 países. Outras variantes preocupantes como a Lambda (C.37), detectada pela primeira vez no Peru, e Gama (P.1), que foi amplamente disseminada em Manaus (AM) e causou aumento de mortes no Mato Grosso do Sul, também já foram classificadas assim.

Variantes - A P.1, por exemplo, está presente em 40,1% das amostras coletadas pelo Lacen (Laboratório Central de Mato Grosso do Sul), seguida pela B.1.1.28, mutação que teve início no Brasil, confirmada em 21,8% dos casos. Na sequência, a P.2, que surgiu no Rio de Janeiro, aparece em 17,3% dos exames coletados e a B.1.1.33, também brasileira, em 14,1% dos registros.

Em meados de julho, o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, comentou que a variante Delta já poderia estar em circulação em Campo Grande, mas garantiu que a vacinação contra a doença tem sido eficiente para conter casos graves.

Segundo a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), por se tratar de um vírus com rápida transmissão, e em alta quantidade, as mutações são alterações já esperadas. Um vírus que apresenta muitas mudanças durante seu processo de replicação gera variantes, que são sequenciadas por pesquisadores por carregarem alguns padrões.

Esse conjunto pode gerar linhagens, muito associadas com os lugares onde são verificadas inicialmente, como também variantes de preocupação ou cepas, que são quando a mutação altera, pelo menos, uma das suas características observáveis como, por exemplo, o desenvolvimento da capacidade de transmissão ou novos sintomas.

O que se sabe - Dados preliminares do Zoe Covid Symptom, estudo realizado no Reino Unido, mostram que infectados no país europeu pela variante Delta têm tido menos perda de olfato, enquanto coriza e dor de cabeça agora são mais comuns. Outros estudos realizados até então, como o da King's College, de Londres, vão no mesmo sentido.

Em geral, as medidas de prevenção continuam as mesmas, tais como uso de máscaras adequadas, evitar ambientes fechados e com aglomeração, higiene das mãos e procurar com antecedência, quando chegar a vez, a vacina que estiver disponível.

Até o momento, de acordo com as respectivas secretarias estaduais de Saúde, foram confirmados casos da variante no Ceará (4 casos), Distrito Federal (54), Goiás (5), Maranhão (7), Minas Gerais (4), Paraná (29), Pernambuco (3), Rio de Janeiro (101), Rio Grande do Sul (45), Santa Catarina (8) e São Paulo (27).

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