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Cidades

Contra a privatização, funcionários da Eletrosul fazem greve de três dias

No Estado, são 32 trabalhadores da Eletrosul que atuam nas cidades de Campo Grande, Dourados e Água Clara

Paula Maciulevicius Brasil | 15/06/2021 09:47
Greve não vai prejudicar sul-mato-grossenses, mas é para reforçar posição contrária à privatização. (Foto: Divulgação/Sinergia MS)
Greve não vai prejudicar sul-mato-grossenses, mas é para reforçar posição contrária à privatização. (Foto: Divulgação/Sinergia MS)

Os trabalhadores da Eletrosul em Mato Grosso do Sul estão em greve a partir de hoje contra a proposta de privatização que entrou em pauta de votação no Senado. A paralisação será de 72h e foi aprovada em assembleia.

Em Mato Grosso do Sul, são 32 trabalhadores da Eletrosul que atuam diretamente nas cidades de Campo Grande, Dourados e Água Clara.

Presidente do Sinergia-MS (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e Comércio de Energia no Estado de Mato Grosso do Sul), Elvio Vargas, explica que a paralisação é uma forma de pressionar parlamentares e mostrar que os trabalhadores são contra a privatização.

"Se a MP nº 1.031/21 não for analisada até 22 de junho, ela perderá a validade. Por isso, a importância das mobilizações para barrar a tramitação desta MP", destacou.

Sobre a MP - Aprovada pela Câmara dos Deputados no dia 20 de maio, a Medida Provisória que prevê a privatização da Eletrobras agora tramita no Senado por rito sumário, ou seja, sem nenhuma audiência pública e sem a criação de uma Comissão Mista de Senadores e Deputados para debater sobre os riscos que uma iniciativa como essa pode trazer para os brasileiros e brasileiras.

Para o sindicato, a privatização da Eletrobras prejudica toda a sociedade. Os trabalhadores elencam ainda que a venda da empresa representa a entrega do patrimônio público à iniciativa privada, que vai encarecer o custo da energia para a população, além da queda da qualidade do serviço e demissões de trabalhadores.

"A população vai pagar mais caro pela energia, além da questão da soberania nacional no setor elétrico e o risco de ter um apagão como aconteceu no Amapá. Por ser um serviço estratégico, tem que estar nas mãos do governo, do poder público", sustenta o presidente.

Dirigente sindical e funcionário da Eletrosul, Mauricio Pires explica que depois de privatizada, a empresa não vai entregar a mesma qualidade no atendimento e na prestação do serviço.

"Hoje a Eletrosul tem profissionais bem treinados e qualificados, e esses são os primeiros a serem demitidos caso ocorra a privatização. A empresa privada só visa o lucro, vai colocar gente que ganha menos, com qualificação inferior, e aí aumenta o risco de apagão e falhas no serviço", pontua Maurício.

O sindicato também explica que não há motivos para privatização considerando que a empresa presta um serviço de qualidade, mesmo com quadro reduzido de empregados. “Na Usina São Domingos, a equipe era formada por 10 técnicos, atualmente são apenas 4. Então, o quadro de funcionários já está enxuto e a empresa ainda tem registrado lucro nos últimos anos. Não há motivos para privatizar”.

Em Mato Grosso do Sul, a paralisação não terá impacto direto para a população porque será mantido o percentual mínimo de trabalhadores em regime de plantão.

Considerada a maior empresa de energia elétrica da América Latina, a Eletrobras é responsável por 30% da geração e 50% da transmissão de energia. Segundo o sindicato, a empresa é lucrativa e teve superávit de mais de R$ 30 bilhões em três anos. Nos últimos 20 anos distribuiu mais de R$ 20 bilhões em dividendos para a União.

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